terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O estranho caso da borracha apagada

de Joana Cruz 8ºD Nº13

Caracoleta estava na 5ª divisão de sua casa, o seu quarto, a fazer os trabalhos de casa. Estava com a luz acesa, pois já eram 10 horas da noite. Estava sentada num banco de madeira redondo, que estava em cima de um tapete quadrangular. O quarto era pequeno, tinha quatro paredes vermelhas onde estavam coladas chiclets e tinha também um tecto. Tinha uma cama no meio do quarto, duas mesinhas de cabeceira em cada lado, uma cadeira com três pernas e em cima dela estava o seu gato de peluche, um guarda-fatos com duas portas todas tortas e outra já não existia e tinha uma secretária onde ela estava a estudar cheia de livros e papéis malcheirosos. O chão do seu quarto estava todo sujo, cheio de pó e outros objectos horríveis. E tinha também uma planta num canto, que já estava toda murcha e quase a secar e, em cima desta, tinha um grilo que andava lá a comer as folhas todas secas da planta, pois era por isso que ela estava a secar. Tinha uma janela com os vidros todos partidos (devia ser para entrar o ar) e uma porta onde estavam coladas todas as cábulas que já tinha feito até aquele dia.
Caracoleta estava concentrada a fazer os trabalhos de casa de Matemática, Português, Filosofia, Educação Musical, Geografia, Ciências Químicas e Físicas, Tecnologias Avançadas e Atrasadas, Chinês e Japonês. Ao fazer os trabalhos enganava-se muito, pois dava muitos erros e então como estava a fazer a lápis apagava com uma borracha branca, tridimensional, rectangular com oito vértices, doze arestas e seis faces e na parte de cima tinha escrito o seu nome e desenhado dez corações à volta. Como já se tinha enganado muito e apagado demasiado começou a notar que a sua borracha ficava mais pequena de cada vez que apagava e então resolveu fazer uma investigação sobre o assunto. Foi à polícia pedir uns saquinhos próprios (daqueles transparentes de plástico) para as investigações, para colocar os vestígios que encontrasse sobre a borracha.
Começou então por colocar um bocadinho da borracha num saquinho, outro bocadinho noutro saquinho, mais um bocadinho noutro saquinho, e colocou cada bocadinho da borracha em cada saquinho até eles se acabarem. Quando acabou de colocar os bocadinhos da borracha nos saquinhos pegou neles e pensou:
- E agora, o que vou fazer com isto? Levo à polícia? Mas a polícia só serve para resolver casos de mortes, de ladrões e de coisas assim... De certeza que não me vão dar ouvidos quando eu lhes der isto e vão-me pôr de lá para fora. Levo à minha professora para ela resolver a minha investigação? Levo à minha tia? Não. Não. Não. Vou resolver isto sozinha sem a ajuda de ninguém.
Foi à Internet pesquisar sobre borrachas a decomporem-se e encontrou alguma coisa, mas eram 5.410.000 resultados e desistiu logo de pesquisar na Internet. Não estava satisfeita e decidiu investigar em livros. Consultou livros e livros e mais livros e encontrou o que queria num desses livros. Ficou toda contente ao saber que tinha encontrado a resposta à sua investigação. Mas então o que dizia no livro?!
“As borrachas são objectos leves e pequenos que existem de várias cores e que se desfazem com o passar dos tempos devido ao desgaste e à erosão provocados pela sua utilização, e que mais tarde irão ser aproveitados…”.
Mas o que quer dizer desgaste, erosão e… borracha? Foi então procurar o significado das palavras (desgaste, erosão e borracha) no dicionário. Borracha, s. f. goma elástica; substância elástica obtida pela coagulação do látex de diversas plantas da América, da Ásia e da Oceânia, ou mediante processos químico-industriais; cauchu. Borracha sintética ou artificial, grupo de substâncias que possuem as propriedades elásticas do cauchu natural e obtidas por polimerização. Borracha vulcanizada, borracha tratada pelo enxofre e o calor; A borracha, de origem americana, foi a princípio empregada para a impermeabilização de tecidos; depois, para a fabricação de tecidos elásticos; látex proveniente da seringueira, cauchu e é um pedacinho de cauchu para apagar a escrita ou o desenho. Desgaste, s. m. consumição lenta; acto de desgastar. Erosão, s. f. acto ou efeito de corroer; acção de uma substância ou elemento que corrói ou desgasta; a consequência de tal acção.
Caracoleta ficou espantada e ainda mais baralhada com o que dizia no dicionário, mas mesmo assim quis ouvir a opinião da sua tia e foi então perguntar-lhe.
A sua tia estava na cozinha a fazer o jantar e quando viu Caracoleta assustou-se toda, pois raramente ela entrava na cozinha, a não ser para falar de assuntos muito bizarros. Caracoleta foi directa ao assunto e perguntou à tia por que razão a borracha ficava mais pequena de cada vez que apagava com ela. A sua tia ficou muito espantada a olhar para ela e disse-lhe para ir ter com a professora no dia seguinte que ela de certeza que lhe explicava isso.
No dia seguinte Caracoleta acordou toda contente, tomou o pequeno-almoço e saiu de casa muito depressa para ir apanhar o autocarro que passava à porta de casa dela.
Chegou à escola e foi logo perguntar à professora o caso da borracha. A professora disse aos alunos para entrarem para a sala e que explicaria a dúvida da Caracoleta dentro da sala. Caracoleta estava ansiosa por saber a explicação da professora. A professora começou a explicar que no mundo há objectos que com a sua utilização começam a ficar mais pequenos ou por vezes mudam de cor, etc. E no caso da borracha ela estava a ficar mais pequena porque se estava a utilizar, estava a romper-se no papel para ela apagar os erros ou desenhos que estavam elaborados a lápis.
Os restos da borracha iriam decompor-se pelos decompositores, fungos e bactérias, e iriam ser aproveitados de uma maneira a não prejudicar o ambiente nem ninguém, pois não se deve prejudicar o ambiente; aliás, o ambiente está “dentro” do mundo e a nossa casa está dentro do mundo, e se a nossa casa está dentro do mundo também estamos dentro do ambiente, e se prejudicarmos o ambiente iremos “levar” com o lixo nas nossas casas. Todo o lixo que fazemos é precioso, pois pode ser reciclado para fazer novos objectos.
A investigação da Caracoleta e tudo o que falei até aqui está relacionada com a seguinte frase de Antoine Lavoisier: “No Universo nada se perde, tudo se transforma.”

Moral da história: Tudo o que é utilizado “morre” e tudo o que “morre” é reciclado, nada é desperdiçado. São os decompositores que decompõem os restos do Universo.

3 comentários:

Traquinas disse...

Parabéns pela escrita tão original, gostei. Também vou seguir o vosso blog, achei muita piada a maneira como escrevem:)Continuem!
Beijinho
A Traquina mais velha que ainda mastiga "chicletes";)

Anónimo disse...

Joaninha! O que tu sabes! Bjs

Anónimo disse...

Parabéns,pela escrita tão original,gostei.Também vou seguir o vosso blog,achei muita piada a maneira como escrevem.Continuem!
Beijinho!