sábado, 18 de abril de 2009

O estranho caso das letras desaparecidas

texto colectivo de Joana Teixeira, Helena Carvalho, João Vasconcelos, José Moreira e Prof. Ricardo Carvalho

Certa noite, uma noite normal, igual a tantas outras, no nº52 da Rua ABC, um menino comia a habitual sopa de letras e começou a reparar que alguma coisa estava errada. Notou então, para seu espanto, que na sua sopa de letras ainda não tinha encontrado uma das letras do alfabeto: o “Y”. Começou então a tirar as letras da sopa e a colocá-las sobre a mesa por ordem alfabética. Para seu grande horror, descobriu que a letra Y tinha desaparecido. Não havia um único Y naquela sopa.
- Mããããããããeee…!
Na manhã seguinte, a cidade acorda com os primeiros raios de sol e as pessoas começam a sair das suas casas e a circular pelas ruas em direcção aos seus empregos. Tudo decorre normalmente: as pessoas esperam pelos autocarros, abrem os jornais, as lojas começam a abrir, ligam-se os computadores, as crianças despedem-se dos pais, trânsito parado… até que algo de muito estranho acontece – aos poucos as pessoas começam a notar a falta da letra Y em todo o lado: jornais, revistas, livros, computadores, televisões, listas telefónicas, postais, folhetos, cartazes, sacos publicitários, cadernos, blocos de notas, reclames luminosos, matrículas… o Y tinha realmente desaparecido! Nem um único Y em toda a cidade! O que será que aconteceu?????
Durante esse dia a surpresa foi geral. Não se falava de outra coisa. Contudo, com o passar do tempo, as pessoas foram esquecendo este caso, pois a letra Y não era muito utilizada e não causou muitos problemas nem alterações no dia-a-dia.
Entretanto, passado uma semana, voltou a acontecer a mesma coisa, mas desta vez com a letra X. O desaparecimento da letra X causou mais surpresa. Já não era uma só letra, mas sim duas letras desaparecidas. Em lado nenhum se encontravam o Y e o X. Que estranho! A população começava a ficar assustada. Até porque a falta destas letras estava a provocar confusão na cidade: mal-entendidos nas conversas, nos meios de comunicação social a informação tornava-se confusa e as pessoas não conseguiam entender o conteúdo das notícias, alguém que estava a despedir-se de outra pessoa disse “…au” em vez de “Xau” e foi imediatamente socorrida pelas pessoas que estavam à sua volta, porque pensavam que se estava a queixar de dores. Enfim, tudo estava virado do avesso.
Mas nos dias seguintes as coisas ainda se complicaram mais: desapareceram os W’s e, logo a seguir, os V’s. O alarme era geral! A população estava desorientada. Nas televisões as emissões são interrompidas e é transmitido um vídeo anónimo em que um encapuzado faz um pedido de resgate das letras desaparecidas. As exigências desta personagem incógnita eram estranhas, esquisitas, bizarras, impensáveis, inacreditáveis, ridículas, absurdas, irrisórias mesmo. Parecia uma brincadeira de mau gosto, uma partida desagradável. A população nem podia acreditar que alguém pudesse exigir coisas como: a letra Z passar a ser a primeira letra do alfabeto, as rotundas passarem a ser em forma de Z, a criação de uma nova forma geométrica – o Zetângulo –, a rotação da Terra passar também a ser em Z, o Mundo passar a chamar-se Zundo, todos os nomes de pessoas passarem a começar e a acabar na letra Z, construção de uma estátua-monumento ao Z, as cruzetas passarem a ter forma de Z, ter o Z gravado em todas as moedas… Não se percebia porquê esta obsessão com o Z. O mistério era total! Mas a situação era tão estranha e tão ridícula que a população não aceitou ceder às exigências do presumível raptor que apareceu na televisão e que, apesar do capuz, era notório que a sua cabeça tinha uma forma estranhíssima, quase sobre-humana, dir-se-ia em forma de… Z!
Acabado o prazo imposto por aquele estranho desconhecido, e dado que as exigências não tiveram resposta, logo a seguir desapareceram todos os U’s e todos os T’s – as mais recentes vítimas do sinistro raptor.

Senhor leitor, esta história vai ser interrompida durante um breve parágrafo para introduzirmos no texto uma nova personagem que vai ser importante, mais que importante, vai ser fundamental para o desenvolvimento dos acontecimentos.

NOME: Valente
PROFISSÃO: Detective
IDADE: 31
MORADA: Avenida das Onomatopeias
ESTADO CIVIL: Solteiro
ALTURA: 1,80m
PESO: 75 kg
HOBBIES: Coleccionar paus de giz de marcas e cores diferentes, coleccionar etiquetas de roupa, coleccionar gotas de chuva e pedras de granizo, escavar todos os dias 1 metro de profundidade no seu quintal para construir um depósito de comida aos cubinhos, fazer jarros e castelos com cera dos ouvidos…

Este homem, que já andava a acompanhar este estranho caso desde que haviam desaparecido as primeiras letras, viu-se agora prejudicado pessoalmente, visto que já não era uma, mas sim duas letras que faltavam no seu nome – …ALEN…E. Viu-se obrigado a tomar medidas drásticas. Decidiu então investigar este estranho caso por conta própria, para que os males não se tornassem maiores.

Depois do desaparecimento dos U’s e dos T’s, o raptor volta às televisões mas, desta vez, ameaçando matar os reféns se as exigências não fossem cumpridas. A população começou a temer que o pior viesse a tornar-se realidade. Passado poucos dias, o raptor decide agir. Para mostrar que não estava a brincar, começaram a aparecer vídeos no youtube com encapuzados a matar letras das formas mais estranhas: cortando-as com tesouras, apagando-as com borrachas ou cobrindo-as e asfixiando-as com corrector. Além disso, também começaram a aparecer letras mortas em vários locais da cidade: ruas sem saída, caixotes do lixo, caixas de correio, chafarizes e até penduradas nas árvores… E, para piorar a situação, como se ainda não bastasse, começaram a aparecer fotografias de letras torturadas em todos os jornais, quase todas riscadas com caneta de tinta permanente, de tal forma que estavam desfiguradas, irreconhecíveis. Além de todas as coisas terríveis que estavam a acontecer, foram ainda feitas novas exigências: acabar com o estacionamento em espinha e dar início ao estacionamento em Z, adopção obrigatória de animais zoomésticos, todas as pessoas teriam que fazer vénias quando passassem pelas estátuas em Z que iriam ser introduzidas em todas as ruas, praças e avenidas… a lista continuava quase infinitamente. E ainda, além desta nova lista de exigências, veio a pior de todas as ameaças: o raptor ameaçou suprimir todo o alfabeto!!!!!! O mundo estava em perigo, as línguas estavam em perigo, a comunicação estava em perigo, as tabuletas de direcção estavam em perigo, os folhetos de instruções estavam em perigo, as ementas estavam perigo, enfim, tudo estava em perigo. Só havia uma palavra que poderia descrever a situação: PÂNICO!
Logo de imediato, as letras que restavam começaram a organizar-se em pequenos grupos que se foram transformando em grandes grupos. Estes grandes grupos de letras concentraram-se em manifestações para tentarem exigir ao governo que aceitasse ceder às exigências do raptor. Mesmo com a pressão exercida pelas letras, o governo manteve a mesma resposta: NÃO!
Então, com medo do que lhes poderia acontecer, todas essas letras começaram a desertar, a fugir, a esconder-se, a disfarçar-se ou a organizar-se em barricadas. Será que isso impediria o raptor de continuar com o horror?
Alguém tinha de fazer alguma coisa. Esse alguém era, nada mais, nada menos, que o inconformado e já decidido Detective Valente, que começou nesta altura a sua investigação.
Logo no início da investigação, o Detective Valente reparou que as letras começaram a desaparecer a partir do final do alfabeto, com uma única excepção: a letra Z. Qual seria o motivo de não ter desaparecido ainda a letra Z? O Detective estava intrigado. Começou então a perseguir vários Z’s, tentando descobrir informações que podiam ser úteis para a sua investigação. Apesar desse esforço, o Detective não conseguiu obter qualquer resultado positivo, porque não houve nenhum movimento fora do normal por parte dos Z’s. Parte então para outra estratégia: tenta obter informações falando pessoalmente com alguns Z’s. Certa manhã, enquanto estava a passear pela cidade à procura de um sinal suspeito, encontrou um Z e dirigiu-se a ele numa última tentativa de descobrir algo. É aí que há uma reacção estranha por parte deste Z: mostra-se nervoso, não responde a nenhuma das questões que o Detective lhe coloca e afasta-se a correr. O Detective grita:
- Ei, tu, espera aí! – e desata a correr atrás dele, apesar do seu problema colunal que tinha sido provocado por uma queda de baloiço na semana anterior.
As pessoas que estavam a assistir a esta perseguição acharam estranhíssimo ver uma letra a fugir de uma pessoa. Isto não era normal! Na esperança de se safar do Detective, este Z entra num arranha-céus e sobe pelas escadas até ao terraço. Quando chega lá cima, dá de caras com o Detective que tinha subido pelo elevador e que já o esperava. Desesperado, o Z aproxima-se da beira do prédio e atira-se gritando: “Nunca te direi nada! Nunca descobrirás o nosso plano!”. Enquanto caía, ainda teve oportunidade de acrescentar: “Pelo menos enquanto eu for vivo!”
Quando o Detective saiu do prédio, uma enorme multidão escandalizada rodeava o corpo esborrachado e inanimado do Z. O Detective Valente simplesmente seguiu o seu caminho em direcção a casa para pensar melhor no que iria fazer – tinha agora uma pista concreta que o poderia levar à solução para este mistério – além de que tinha que se despachar porque já estava na hora de jantar.
No dia seguinte, às 7 horas da manhã, o célebre investigador Valente já se estava a preparar para executar o que tinha em mente. Nessa manhã, percorre as ruas da cidade à procura de outros Z’s. Num canto de uma rua obscura, observa um Z que ia a passar. Começou a segui-lo de forma discreta. Esse Z começa a reparar que estão a segui-lo. O Detective acelera então o passo para o apanhar e encurrala-o num beco sem saída. Sem mais hipóteses de fuga, o Z deixa-se subornar pelo Detective a troco de um conjunto de 12 de lápis de cor. Descobre então que os Z’s têm um plano maléfico para dominar o mundo e que eles fazem reuniões secretas num grande armazém abandonado, na zona industrial da cidade.
Nessa noite, o Detective dirigiu-se ao tal armazém. Subiu ao telhado, tirou uma telha e assistiu pelo buraco a toda a reunião dos Z’s. O interior do edifício era obscuro, estranho, misterioso e estava um pouco danificado: o local perfeito para uma organização deste género. Uma multidão de Z’s ouvia em silêncio as palavras de um Z maiúsculo que parecia ser o chefe.
- Meus amigos! – disse o Zhefe com voz de poder – O governo não está a obedecer mas, em contrapartida, as letras estão a desesperar e a exigir que o governo ceda às exigências. MUAHAHAHAHA! – riu-se o Zhefe com um ar maléfico.
- MUAHAHAHAHA! – continuaram os outros Z’s.
À medida que a reunião avançava, Valente ficou a perceber todos os pormenores do plano que tinha sido idealizado por Zhefe, o líder dos Z’s. Era terrível! Se eles não fossem parados, em breve iriam dominar completamente o mundo.
No dia seguinte, ao almoço, enquanto comia a sua comida favorita: peru recheado, o Detective teve uma brilhante ideia que executaria nessa mesma noite (ou então, quando se sentisse melhor da sua coluna). Decidiu naquele momento infiltrar-se no gang; estava cada vez mais ansioso para resolver este caso…
Apesar da sua dor de costas, Valente dirigiu-se a uma loja de disfarces. Depois de muito procurar, achou um belo facto de Z. Com aquilo, iria sem dúvida enganar o Zhefe e os seus seguidores, pensava o detective.
À mesma hora da noite anterior, o Detective dirigiu-se para o armazém. Viu que cerca de uma dezena de Z’s com capuzes se dirigiam para o interior do edifício. Vestiu o seu disfarce e foi também para o interior. Seguiu os Z’s e foi dar a uma grande sala que continha uma mesa enorme com pequenas cadeiras em seu redor e um trono que certamente era onde se iria sentar o Zhefe. Esta era uma reunião especial, apenas para alguns Z’s mais importantes. Depois de toda a gente estar instalada, o Zhefe deu as boas-vindas a todos, levantou-se do trono e fez uma coisa um pouco estranha: falava baixinho a cada um dos Z’s. Até que chegou ao Detective e lhe perguntou numa voz gelada e arrogante:
- Qual é a senha?
O Detective sentiu-se perdido e nada disse perante o estranho Zhefe. Ao ver a sua reacção, o Zhefe gritou:
- INTRUSOOOOOO!!!!!!!!!!!! AGARREM-NO! ORDENO-VOS!
Valente sente-se encurralado e começa a fugir. Saem todos a correr atrás dele. Já no centro da cidade, no meio da rua, as pessoas estranham o acontecimento: um Detective a fugir de Z’s??? É absurdo!!! Ninguém percebe o que se passa.
O Detective já estava cansado e não sabia o que fazer para os despistar. É então que, a meio do seu caminho encontra algumas vírgulas e dá-lhe um flash – acende-se uma luz na sua cabeça. O Detective lança as vírgulas no caminho. Logo ali, e os Z’s ficam um bocado para trás, porque têm que fazer uma pequena pausa. Mais adiante, pontos… e lá vai ele usá-los. Ops! “Adeus Z’s, encontramo-nos daqui a um bocado.” Mas os Z’s eram mais rápidos e não demoraram a chegar perto dele. Já desesperado, começa a correr com todas a suas forças. Encontra pontos de exclamação e… mais uma vez, sem hesitar, atira-lhes os pontos de exclamação. Os Z’s chocam de frente contra os pontos de exclamação e atrasam-se mais um pouco. Bom, mas mais uma vez quase que o apanham (digamos que o Detective não tem assim muita pedalada); mas desta vez…
- PONTOS DE INTERROGAÇÃO! AQUI VÃO ELES! – diz o Detective.
Oh não!!! Os Z’s agora ficaram completamente confusos numa maré de perguntas:
- Mas onde estamos?
- O que estamos a fazer?? De quem andamos atrás???
- Porque estamos aqui????
Todo o tipo de perguntas eram feitas (até as mais absurdas).
Valente chamou a polícia da cidade, que apareceu rapidamente em uniformes reluzentes e com as suas armas. E logo chegaram também os jornalistas que não o deixavam em paz.
Mas o caso ainda não estava concluído. Ainda havia algo para resolver.
Valente saiu discretamente do meio da confusão e dirigiu-se de novo para o velho armazém. Lá dentro encontrou o Zhefe sozinho sem protecção e, sem mais demoras, aprisionou-o entre parênteses. Mas agora, enquanto esperava pela polícia, surgia uma última questão: onde estariam as letras desaparecidas?
Decidiu dar uma volta pelo armazém à procura das letras prisioneiras. Levou uma lanterna devido à escuridão e descobriu, numa grande sala subterrânea, todas as letras desaparecidas, presas em grandes jaulas de ferro. Libertou-as imediatamente.
O Detective estava satisfeito. Finalmente, todo este caso parecia estar acabado.

M.s, o q.e se e.tá a pa.sar? Oh n.o es.ão a de.apar.cer ou.ra vez!!!

sábado, 28 de março de 2009

O Concurso de Bigodes

de Joana Teixeira 6ºA Nº10

Nas suas saídas nocturnas habituais, António Macieira, mais conhecido como Toninho, passou pelo seu café preferido, que pertencia ao seu grande amigo Marinho.
Ao entrar no café, achou estranho a agitação e a animação, pois as risadas só começavam quando Toninho lá estava.
- Então meus camaradas? O que se passa para tanta animação?
- Nada, temos de ir andando, vemo-nos amanhã, Toninho. – e lá foram no meio de assobios e canções.
Toninho estranhou e decidiu ir atrás deles para saber o porquê da animação, mas quando saiu do café já não havia sinais de pessoas na rua. Mas Toninho não estava disposto a voltar para casa ouvir a mulher barafustar e os filhos a chorar, a berrar e a bater com a cabeça na parede. Refugiou-se então num pequeno terraço rodeado de árvores e iluminado por um semi-aceso poste de electricidade.
Passado algum tempo, Toninho, já farto de remoer no assunto, pegou, de um pequeno caixote do lixo, no jornal da região de Canudo: “o Canudiense” e reparou num pequeno anúncio colorido: “Concurso Regional de Bigodes, Prémio: Grande Kit de Bigodes. Não faltem. É já amanhã na Rua das Pereiras”.
Toninho arqueou as sobrancelhas e exclamou:
- Aqueles cobardes mentirosos esconderam-me um evento desta importância com medo de perder. Amanhã irão ver!
Voltando a casa muito excitado, Toninho só pensava no concurso. No entanto, o medo foi-se apoderando dele e então ele não resistiu e usou uns químicos para fazer crescer o bigode.
No dia seguinte o seu bigode estava enorme, sendo difícil arranjá-lo para ir ao concurso. Mas Toninho tinha de ir, tinha de ganhar. Então lá fez um penteado para o bigode impressionante e, em cima da hora, lá chegou ao concurso.
O concurso estava desorganizado e com pouco público mas os concorrentes eram bons, especialmente Toninho que foi louvado por todos e aclamado como justo vencedor.
Mas foi comprovado o uso de químicos num controlo anti-doping e o 1º prémio foi entregue a Manuelino, o maior rival de Toninho que se gabou até toda a gente se fartar. Toninho, muito irritado, teve de voltar para casa e ouvir a mulher barafustar e os filhos a chorar, a gritar e a bater com a cabeça contra a parede, sempre com esta ideia em mente:
- Eu teria ganho!

O clone de Analberta

de Helena Carvalho 6ºA Nº9

Depois da escola José vai ter com a sua mãe Analberta à fábrica onde ela trabalhava.
Demorou um pouco a chegar porque se enganou no caminho e teve que passar por um vale um pouco estreito, por uma colina, por um precipício, por uma montanha e por uma cascata. Finalmente chegou. Viu tudo tão atarefado que nem a mãe reparou nele, pois naquela fábrica faziam-se muitas coisas como: camisolas, calças, casacos, boinas, vestidos, meias e camisas de várias cores: amarelas, verdes, rosa, roxas, cor-de-laranja, pretas, azuis às bolinhas, amarelas às florzinhas e verde às risquinhas.
Ao ver a mãe tão atarefada, José decide tomar uma atitude: lembra-se de um filme que viu no dia 30 de Fevereiro, que falava sobre uma tal “Clone”. Decide então começar a operação “O Clone de Analberta”.
Logo ali pensa:
­­- Como estou numa fábrica de roupa arranjo manequins para o corpo do clone.
E assim encontrou peças de manequins e tentou montá-los. Pode dizer-se que não correu muito bem: tinha uma perna maior que outra e o cabelo meio comprido meio cortado. Decidiu então passar à fase nº2: “A Recolha de ADN”.
Foi à procura da sua mãe, que estava na conversa com Maria Alice, que também era um pouco preguiçosa como Analberta.
José tentou chamar a mãe, mas ela estava tão interessada na conversa que até parecia que estava surda e não ouvia o filho, só Maria Alice. Como vê que a mãe está muito distraída arranca-lhe um cabelo ruivo e ondulado, corta-lhe uma unha e coloca tudo num saquinho pequeno de plástico transparente. Pode dizer-se que a fase “A Recolha de ADN” estava concluída, mas lembra-se que como a mãe era muito preguiçosa e resmungona precisava de outro ADN, de uma pessoa trabalhadora e simpática. Olha à sua volta e... não vê ninguém trabalhador. Volta a olhar e... e... lembra-se então da sua avó Joanalberta que, por sinal era muito trabalhadora.
Pensa então:
- Vou a casa da avó Joanalberta!
Sai da fábrica sem ninguém reparar.
A casa da avó não era propriamente perto. Teve que passar por uma estrada um pouco vazia, pois não haviam casas por ali. Aquela estrada tinha enormes árvores cheias de musgo verde nos troncos, o que fazia com que a estrada parecesse infinita. Logo ali no final da estrada havia um pequeno monte, que era bastante movimentado, mas a maioria eram pessoas de terceira idade. Ao fundo, finalmente, a casa da avó Joanalberta.
Bateu à porta, bateu, bateu, mas nada. Então lembra-se que estava na hora da sesta da avó. Voltou a bater, desta vez com toda a força. A avó abre a porta e diz:
- Olá José! Que fazes aqui a esta hora? Não sabes que é a hora da minha sesta?
- Desculpa avó. – diz José enquanto pensava no que havia de dizer. – Não me esqueci aqui de nada em sua casa?
- Não. – respondeu a avó.
Então José muito depressa e sem a avó se aperceber pega num cabelo branco e comprido que estava no sofá e diz:
- Bem vou-me embora, avó. Já que agora sei que não me esqueci de nada.
E sai a correr.
Quando chegou à fábrica, foi a correr procurar peças para construir a máquina. Arranja várias peças e um grande caixote. À medida que encontrava as peças colocava-as no sítio adequado.
Já estava quase terminado, quando tudo vai abaixo: luzes, máquinas. Todos os trabalhadores tentam arranjar a electricidade enquanto Analberta berra com o filho e de repente vê um “monstro” debaixo de um caixote que tinha caído e assusta-se. José diz à mãe para ter calma pois aquilo era o seu clone que a ia ajudar...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O estranho caso da borracha apagada

de Joana Cruz 8ºD Nº13

Caracoleta estava na 5ª divisão de sua casa, o seu quarto, a fazer os trabalhos de casa. Estava com a luz acesa, pois já eram 10 horas da noite. Estava sentada num banco de madeira redondo, que estava em cima de um tapete quadrangular. O quarto era pequeno, tinha quatro paredes vermelhas onde estavam coladas chiclets e tinha também um tecto. Tinha uma cama no meio do quarto, duas mesinhas de cabeceira em cada lado, uma cadeira com três pernas e em cima dela estava o seu gato de peluche, um guarda-fatos com duas portas todas tortas e outra já não existia e tinha uma secretária onde ela estava a estudar cheia de livros e papéis malcheirosos. O chão do seu quarto estava todo sujo, cheio de pó e outros objectos horríveis. E tinha também uma planta num canto, que já estava toda murcha e quase a secar e, em cima desta, tinha um grilo que andava lá a comer as folhas todas secas da planta, pois era por isso que ela estava a secar. Tinha uma janela com os vidros todos partidos (devia ser para entrar o ar) e uma porta onde estavam coladas todas as cábulas que já tinha feito até aquele dia.
Caracoleta estava concentrada a fazer os trabalhos de casa de Matemática, Português, Filosofia, Educação Musical, Geografia, Ciências Químicas e Físicas, Tecnologias Avançadas e Atrasadas, Chinês e Japonês. Ao fazer os trabalhos enganava-se muito, pois dava muitos erros e então como estava a fazer a lápis apagava com uma borracha branca, tridimensional, rectangular com oito vértices, doze arestas e seis faces e na parte de cima tinha escrito o seu nome e desenhado dez corações à volta. Como já se tinha enganado muito e apagado demasiado começou a notar que a sua borracha ficava mais pequena de cada vez que apagava e então resolveu fazer uma investigação sobre o assunto. Foi à polícia pedir uns saquinhos próprios (daqueles transparentes de plástico) para as investigações, para colocar os vestígios que encontrasse sobre a borracha.
Começou então por colocar um bocadinho da borracha num saquinho, outro bocadinho noutro saquinho, mais um bocadinho noutro saquinho, e colocou cada bocadinho da borracha em cada saquinho até eles se acabarem. Quando acabou de colocar os bocadinhos da borracha nos saquinhos pegou neles e pensou:
- E agora, o que vou fazer com isto? Levo à polícia? Mas a polícia só serve para resolver casos de mortes, de ladrões e de coisas assim... De certeza que não me vão dar ouvidos quando eu lhes der isto e vão-me pôr de lá para fora. Levo à minha professora para ela resolver a minha investigação? Levo à minha tia? Não. Não. Não. Vou resolver isto sozinha sem a ajuda de ninguém.
Foi à Internet pesquisar sobre borrachas a decomporem-se e encontrou alguma coisa, mas eram 5.410.000 resultados e desistiu logo de pesquisar na Internet. Não estava satisfeita e decidiu investigar em livros. Consultou livros e livros e mais livros e encontrou o que queria num desses livros. Ficou toda contente ao saber que tinha encontrado a resposta à sua investigação. Mas então o que dizia no livro?!
“As borrachas são objectos leves e pequenos que existem de várias cores e que se desfazem com o passar dos tempos devido ao desgaste e à erosão provocados pela sua utilização, e que mais tarde irão ser aproveitados…”.
Mas o que quer dizer desgaste, erosão e… borracha? Foi então procurar o significado das palavras (desgaste, erosão e borracha) no dicionário. Borracha, s. f. goma elástica; substância elástica obtida pela coagulação do látex de diversas plantas da América, da Ásia e da Oceânia, ou mediante processos químico-industriais; cauchu. Borracha sintética ou artificial, grupo de substâncias que possuem as propriedades elásticas do cauchu natural e obtidas por polimerização. Borracha vulcanizada, borracha tratada pelo enxofre e o calor; A borracha, de origem americana, foi a princípio empregada para a impermeabilização de tecidos; depois, para a fabricação de tecidos elásticos; látex proveniente da seringueira, cauchu e é um pedacinho de cauchu para apagar a escrita ou o desenho. Desgaste, s. m. consumição lenta; acto de desgastar. Erosão, s. f. acto ou efeito de corroer; acção de uma substância ou elemento que corrói ou desgasta; a consequência de tal acção.
Caracoleta ficou espantada e ainda mais baralhada com o que dizia no dicionário, mas mesmo assim quis ouvir a opinião da sua tia e foi então perguntar-lhe.
A sua tia estava na cozinha a fazer o jantar e quando viu Caracoleta assustou-se toda, pois raramente ela entrava na cozinha, a não ser para falar de assuntos muito bizarros. Caracoleta foi directa ao assunto e perguntou à tia por que razão a borracha ficava mais pequena de cada vez que apagava com ela. A sua tia ficou muito espantada a olhar para ela e disse-lhe para ir ter com a professora no dia seguinte que ela de certeza que lhe explicava isso.
No dia seguinte Caracoleta acordou toda contente, tomou o pequeno-almoço e saiu de casa muito depressa para ir apanhar o autocarro que passava à porta de casa dela.
Chegou à escola e foi logo perguntar à professora o caso da borracha. A professora disse aos alunos para entrarem para a sala e que explicaria a dúvida da Caracoleta dentro da sala. Caracoleta estava ansiosa por saber a explicação da professora. A professora começou a explicar que no mundo há objectos que com a sua utilização começam a ficar mais pequenos ou por vezes mudam de cor, etc. E no caso da borracha ela estava a ficar mais pequena porque se estava a utilizar, estava a romper-se no papel para ela apagar os erros ou desenhos que estavam elaborados a lápis.
Os restos da borracha iriam decompor-se pelos decompositores, fungos e bactérias, e iriam ser aproveitados de uma maneira a não prejudicar o ambiente nem ninguém, pois não se deve prejudicar o ambiente; aliás, o ambiente está “dentro” do mundo e a nossa casa está dentro do mundo, e se a nossa casa está dentro do mundo também estamos dentro do ambiente, e se prejudicarmos o ambiente iremos “levar” com o lixo nas nossas casas. Todo o lixo que fazemos é precioso, pois pode ser reciclado para fazer novos objectos.
A investigação da Caracoleta e tudo o que falei até aqui está relacionada com a seguinte frase de Antoine Lavoisier: “No Universo nada se perde, tudo se transforma.”

Moral da história: Tudo o que é utilizado “morre” e tudo o que “morre” é reciclado, nada é desperdiçado. São os decompositores que decompõem os restos do Universo.

Qual a minha profissão?

de Soraia Meireles 8ºD Nº24

A cozinheira
tinha uma peneira
que peneirava
até à costureira

A costureira
tinha um alfinete
que se atrevia
a comer um cacete

A padeira
roubava farinha
pois tudo que comia
era só papinha

Não quero ser
cozinheira, padeira nem costureira
só quero andar sempre
na brincadeira!

Qual dos dois?

de Soraia Meireles 8ºD Nº24

Havia uma mulher
Que se queria casar
Mas com todos estes homens
Ela tinha um pouco de azar

Um dia apareceu
Um homem maneta
Coitado, não tinha uma mão
Não pegava na chupeta

No outro dia apareceu
Um homem careca
Não tinha cabelo
Nem ele nem a sua boneca

A mulher não se queria decidir
Pois os dois tinham um defeito
Mas decidiu querer o careca
Pois ele tinha um grande peito!