terça-feira, 24 de junho de 2008

Palavrescos entrou em férias.
Até Setembro...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Sou uma pastilha elástica (7)

de João Vasconcelos 5º A Nº12

Sou uma pastilha elástica, mas também há quem me trate por chiclet.
Certo dia fui cuspido por um condutor para o meio da estrada. Não sei ao certo quanto tempo lá fiquei. No início, ainda gritava e tentava chamar a atenção de quem passava, mas nunca ninguém me deu ouvidos, a não ser um sapo que de vez em quando atravessava a estrada e aproveitava para me lamber.
Lá perto havia um café que de 15 em 15 dias era visitado por um fornecedor de pastilhas elásticas. Um dia, ao regressar para a sua empresa, esse fornecedor viu-me no meio da estrada e parou a carrinha poucos metros depois de ter arrancado, para não me atropelar. O tipo, feito burro, sai do carro, agarra-me e eu, com medo de ser raptada, choro e grito. Faltavam uns poucos decímetros para ele me engolir e eu digo-lhe: “ó burro, não vês que eu estava ali no chão, onde já me calcaram, já me passaram pneus por cima, já levei com bosta de cavalo, necessidades de andorinha e de outros animais e até cuspidelas de pessoas!” Mas ele, como não percebia patavina do que eu dizia, lá me engoliu. O meu amigo sapo estava de olho em mim e, com medo que acabassem as lambidelas, ainda me tentou salvar. Mas não veio a tempo. O homem entrou na carrinha e percorreu o país todo comigo na boca – Porto, Aveiro, Lisboa, Setúbal, Évora, Beja e, por fim, Algarve; e o sapo sempre atrás de nós. À noitinha, quando o homem estava a lavar os dentes antes de ir dormir, o sapo deu-lhe uma bordoada na nuca e ele desmaiou. Então abriu-lhe a boca e entrou por lá dentro. Percorreu o corpo todo até encontrar uma pastilha que, por acaso, não era eu, mas sim uma outra muito parecida comigo. O sapo, todo contente, foi embora levando essa pastilha com ele. O fornecedor acorda comigo ainda dentro dele e, como estava com muitos gases, foi à retrete e… lá fui eu sozinho e abandonado pelo esgoto abaixo.
Na manhã seguinte acordei dentro de uma caixa que dizia resíduos e detritos gasosos. Mas isso é outra aventura que irei contar noutra ocasião.

Sou uma pastilha elástica (6)

de Helena Carvalho 5ºA Nº9

Sou uma pastilha elástica, mas também há quem me trate por chiclet.
Eu vim de uma fábrica de chiclets estúpida e vim com sabor a mentol estúpido. Quando cheguei a uma loja, estúpida, já tinha sabor a morango. Quando me compraram, já tinha sabor a mirtilo.
Bom, a minha dona também era estúpida porque, sempre que ia comer, para não me deitar fora, colava-me na sua nuca. Eu era muito especial para ela, pois todos os dias mudava de sabor: sopa de legumes, arroz de pato, mousse de chocolate e muito mais…
Eu era tão especial, mas tão especial (isto não é para me gabar), que a minha dona tinha-me um amor que até me beijava. Talvez fosse pelo meu sabor. Talvez, não sei, mas que ela gostava de mim, gostava.
Sinceramente, eu devo ser anormal; qual é a pastilha elástica que muda de sabor todos os dias???? Mas também, deixem estar, qual é a dona que coloca a sua chiclet na nuca quando vai comer???
Bom, fiquem algum tempo a pensar nisso, pois alguma coisa gigante está a começar a triturar-me…

…bom, acho que não estava a ser triturada, mas sim mascada.
Depois de, pode dizer-se, pouco tempo (cerca de 19 anos) descobri que… afinal a fábrica não era estúpida, a loja não era estúpida, mas eu sim, era estúpida; a minha vida era estúpida. Eu e a minha dona; afinal, quem é que coloca a sua chiclet na nuca quando vai comer???

Poema terrível (4)

de Francisca Costa 5ºA Nº7

O meu primo Manel
vivia no campo
e nunca cortava as unhas
porque o corta unhas estava enferrujado.
Certo dia acordou
com a unha do dedão a sair-lhe pela bota fora.
No início ele achou incómodo
e um pouco estranho
ter uma unha daquele tamanho;
rebentava com qualquer meia.
Mas depois,
quando se habituou à ideia,
começou a fazer tudo com ela:
penteava os cabelos à filha, lavrava as terras, podava,
carregava o feno, mexia a sopa…

Sou uma pastilha elástica (5)

de Joana Cruz 7º D Nº12

Sou uma pastilha elástica, mas também há quem me trate por chiclet. Todos os dias ando de casa em casa e de estrada em estrada. Pisam-me, dão-me pontapés e ainda há quem jogue à bola comigo. A minha mãe está sempre a dizer-me para eu não ir passear com pessoas desconhecidas nem para ir para a rua, que é muito perigoso!
À noite durmo quase sempre na rua, mas às vezes também com as pessoas nas suas casas, nos seus quartos e até nas suas camas. Por vezes, fico ao fundo da cama, debaixo do pé do meu companheiro.
Ando sempre toda suja; só tomo banho quando chove ou então quando volto a minha casa. Muitas vezes, quando está a nevar, não me deixam tomar o meu duche, porque obrigam-me a ir com o meu companheiro aos saltos, pelas piscinas adiante e não fazem caso.
Quando entro no supermercado todos me tratam por chiclet, mas quando me vêem cá fora dizem logo que sou a chiclet mal cheirosa e sem sabor. Isto não pode ser. Sou muito pequenina e muito branquinha, mas às vezes fico preta que nem carvão.
A minha irmã, todos os dias me chateia, com sugestões que não valem nada, e eu digo-lhe sempre para ela olhar de cima, mesmo de cima, mas mesmo, mesmo de cima, da ponta do cabelo até à unha do dedo do pé.
Sou muito pequenina, mas não quer dizer que vá sempre parar ao caixote do lixo ou mesmo, por vezes, a outro lado que não interessa dizer o nome… mas eu digo, porque é sobre mim: é a sanita. Eu sei que é um lugar onde muitas pessoas se sentam, mas eu não gosto de ir para lá. Por favor, não me façam isto, que eu mereço. Peço-vos, por favor.

Sou uma pastilha elástica (4)

de Inês Pinto 7ºD Nº10

Sou uma pastilha elástica, mas também há quem me trate por chiclet, porque é mais fácil.
No dia 03-03-09, estava eu no chão da casa de banho com a minha avó, ou seja, ela estava a fazer as suas necessidades e eu a limpar-lhe as unhas dos pés que, cá para nós, cheiram mesmo mal! Tão mal que comecei a sentir-me anestesiada, perdi os sentidos e comecei a sonhar. Percebi logo que estava a sonhar porque fui deixando de sentir o cheiro e a ver uma camada de nevoeiro que aos poucos foi desaparecendo, à medida que se ia tornando mais nítida uma imagem de mim própria, ainda novita, quase da vossa idade. Nesse momento compraram-me e meteram-me na boca de um bêbado que tinha acabado de beber uma garrafa de vinho tinto que cheira pior do que o vinho branco. Ele mastigou-me até eu já não ter açúcar e meteu-me no frigorífico onde conheci a vitela e a manteiga, tudo fora de validade. Lá dentro (vocês nem vão acreditar) era moncos por todo o lado, até pingava em cima de nós, e para não falar das varejas que lá havia!
Passados dois ou três dias, ele foi-me lá buscar, cheia de moncos, e depois meteu-me açúcar amarelo com formigas, as quais já estavam na retrete da minha avó, pois reconheci-as de lá, e meteu-me na boca e mastigou-me até não sentir nada dentro da boca, engoliu-me e fui parar ao estômago. Aí reconheci a vitela que estava no frigorífico junto com a manteiga. Dali, fui para o intestino grosso, que era uma porcaria, era só vinho e, por fim, saí pelo… (bem, acho que não preciso de dizer por onde saí) e nem acreditam a que retrete fui parar… Foi à da minha avó! Estava na hora de lhe voltar a limpar as unhas dos pés.

Poema terrível (3)

de Helena Carvalho 5ºA Nº9

A cara da minha prima estava sempre toda suja.
Mas havia quem dissesse
que não era sujidade,
que aquilo eram sardas,
e eu não acreditava.
Um dia apanhei-a a dormir
esfreguei-lhe a cara com lixívia,
não saíram,
tentei arrancá-las com uma pinça,
não saíram.
Quando ela acordou,
chorou e gritou,
tinha a cara a arder,
até parecia que estava a morrer.
Só aí
eu percebi
que a cara não estava suja
e todos tinham razão.
Eram sardas que ela tinha!

Sou uma pastilha elástica (3)

de Francisca Costa 5ºA Nº7

Sou uma pastilha elástica, mas também há quem me trate por chiclet. Sim, porque o meu nome artístico era mesmo esse.
Tudo começou quando eu estava em casa a ver o “A música canta”, quando vi um rodapé que dizia: “Para participar, ligue: 102773”. Eu liguei. Na altura foi só para gozar, mas depois pensei: “Vou pedir ajuda para criar uma banda”. No início fizemos um coro, mas não deu resultado, pois a Bubaloo Mir estava sempre à porrada com a Cola Pés. Já estava farta e decidi acabar com tudo; e foi assim que os Guela Atada passaram à história. Mas depois pensei: “se querem porrada, fazemos música à bruta”. E assim nasceram os Fruta ou Chicalaty, constituídos por:
Cola Pés – na bateria;
Bubaloo – no baixo;
Chiclet – na voz;
Lambe Pêlos – na guitarra.
O sucesso que nos levou ao top de vendas foi “Rock-a-cola”, mas depois decidimos inovar e criámos “Podo, o Avô com a perna de cão”. Tivemos muito sucesso até que um dia o Lambe Pêlos se meteu na tasca com a companhia de 10 garrafas de uísque e fomos todos engolidos. Ainda tentámos evitar, mas agora somos reclusos da prisão da cidade onde vivíamos. Mas eu acredito que quando o Eulémio for à casa de banho, os sucessos vão continuar.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Sou uma pastilha elástica (2)

de José Guilherme Silva Moreira 5ºA Nº13

Sou uma pastilha elástica, mas também há quem me trate por chiclet. Eu gosto mais de pastilha elástica, mas esperem… se calhar gosto mais de chiclet, não sei.
Vou contar a minha história até chegar aqui, sabem onde? Ao bolso de um chavalo chamado Ricardo Carvalho. Bem, até é um bom rapaz, mas para um miúdo de 11 anos é muito alto. Ah, um defeito que ele tem, é que tem um pouco a mania de se sentar com as pernas numa espécie de X, o que me aperta um pouco. Mas agora vamos voltar a mim. Eu sou baixa, achatada e sou de tutti frutti, mas sou uma chiclet, ou uma pastilha elástica, feliz. Mas nem sempre fui uma pastilha elástica. Eu nasci no intestino de um peixe que, quando obrou, fez-me vir à tona da água e fui levada numa rede de pesca e depois atirada a uma selva onde um javali me trepou e eu fiquei colada à pata dele. Depois do javali andar quilómetros, o que para mim não foi nada agradável, caiu num pequeno vulcão e ficou em cinzas e eu fiquei a boiar na lava. 50 anos depois, o vulcão entrou em erupção e… PUUUMMM!!! lá fui eu a voar até à Oceânia, onde apareceram 7 cangurus que me desafiaram para uma luta de boxe. Eu aceitei, mas não sei se foi boa ideia. À 37ª ronda já estava todo roto e quando eles se estavam a rir de mim, uma girafa que estava a assistir empurrou-me para dentro da boca de um deles. Quando ele fez as suas necessidades eu saí e fiquei lá no meio das fezes. Uns 10 anos mais tarde, vieram alguns humanos que me levaram no meio das fezes para me venderem como estrume. O estrume foi exportado para Portugal e espalhado num campo de batrafos (uma espécie de batatas com sabor a ovos podres) e fui trepado por 20 cabras, 7 galinhas e 4 vacas. Um dia fui numa roda de tractor até Lisboa. Bem pensei que era o meu fim – milhares de carros, motas, camionetas, pessoas, animais, homúnculos… mas, de repente, um homem apanhou-me e guardou-me… bem, até eu achei nojento, mas ele é que sabe. Mais tarde, dei comigo numa fábrica, onde me puseram muito mais bonita e cheirosa. Fui posta num quiosque e agora aqui estou no bolso deste puto.

P.S.: Quando comprarem uma chiclet, ou uma pastilha elástica, vocês é que sabem, mas eu perguntava-lhe onde nasceu e por onde passou até chegar aqui.

Sou uma pastilha elástica (1)

de Joana Teixeira - 5ºA - Nº10

Sou uma pastilha elástica, mas também há quem me trate por chiclet. Sou cor-de-rosa e tenho Bubaloo escrito nas costas. Já passei por mais de 100 pessoas, incluindo o Quim Barreiros e o Toni Carreira.
Mas um dia, quando estava na Rua do Numseiquêlito, uma pessoa estúpida, tão estúpida que punha as cuecas na cabeça, engoliu-me. Passei pelo estômago, intestino dourado e intestino preto (era o que ele tinha), até que saí pelo buraco do seu umbigo. Comecei a saltar, a saltar e a saltar, até que ele me apanhou. Repeti o circuito 30 vezes, até que ele se fartou e me atirou ao mar. Fui engolida por tubarões, por peixinhos pequenos, por baleias e por uma alga venenosa, até que cheguei a um esgoto anos depois. Aquela pessoa estúpida que há anos me tinha engolido foi limpar o esgoto (pois era esse o seu trabalho). Mas nessa altura tinha duas diferenças: tinha estúpido escrito nas costas e agora, além de estúpido, era também sonhador, pois queria montar um grande negócio com pastilhas elásticas. Por fim, lá me engoliu. O mais estranho é que me reconheceu; eu fiquei espantada, pois não sabia que os estúpidos também tinham boa memória. Então lá fui eu fazer o percurso já nosso conhecido, 30 vezes, até que ele decidiu fazer o seu negócio a partir de mim. Então eu pensei: “este aqui é mais estúpido que o Pequeno Raul!!!”
Mas o negócio correu-lhe bem, pois eu percorria os intestinos das pessoas e saía pelos seus umbigos sem elas darem por isso, e depois ele apanhava-me sem ter que pagar para comprar novas pastilhas. Corri meio mundo a fazer negócio e, em troca, o nosso conhecido estúpido dava-me banho!
Quando me cansei, o estúpido levou-me a descansar, isto é, botou-me fora. Mas continuei a visitá-lo.
E a história acaba aqui, pois a minha vida voltou a ser calma, tranquila e sem estúpidos que conseguiram fazer um bom negócio.
Moral da história: se fores estúpido, arranja uma Bubaloo e fazes um bom negócio.

P.S.: Este texto é feito para todos os estúpidos de Portugal, que são 99% da população, pois não conto comigo nem com as pessoas de quem mais gosto.