sexta-feira, 13 de junho de 2008

Sou uma pastilha elástica (5)

de Joana Cruz 7º D Nº12

Sou uma pastilha elástica, mas também há quem me trate por chiclet. Todos os dias ando de casa em casa e de estrada em estrada. Pisam-me, dão-me pontapés e ainda há quem jogue à bola comigo. A minha mãe está sempre a dizer-me para eu não ir passear com pessoas desconhecidas nem para ir para a rua, que é muito perigoso!
À noite durmo quase sempre na rua, mas às vezes também com as pessoas nas suas casas, nos seus quartos e até nas suas camas. Por vezes, fico ao fundo da cama, debaixo do pé do meu companheiro.
Ando sempre toda suja; só tomo banho quando chove ou então quando volto a minha casa. Muitas vezes, quando está a nevar, não me deixam tomar o meu duche, porque obrigam-me a ir com o meu companheiro aos saltos, pelas piscinas adiante e não fazem caso.
Quando entro no supermercado todos me tratam por chiclet, mas quando me vêem cá fora dizem logo que sou a chiclet mal cheirosa e sem sabor. Isto não pode ser. Sou muito pequenina e muito branquinha, mas às vezes fico preta que nem carvão.
A minha irmã, todos os dias me chateia, com sugestões que não valem nada, e eu digo-lhe sempre para ela olhar de cima, mesmo de cima, mas mesmo, mesmo de cima, da ponta do cabelo até à unha do dedo do pé.
Sou muito pequenina, mas não quer dizer que vá sempre parar ao caixote do lixo ou mesmo, por vezes, a outro lado que não interessa dizer o nome… mas eu digo, porque é sobre mim: é a sanita. Eu sei que é um lugar onde muitas pessoas se sentam, mas eu não gosto de ir para lá. Por favor, não me façam isto, que eu mereço. Peço-vos, por favor.

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