sábado, 18 de abril de 2009

O estranho caso das letras desaparecidas

texto colectivo de Joana Teixeira, Helena Carvalho, João Vasconcelos, José Moreira e Prof. Ricardo Carvalho

Certa noite, uma noite normal, igual a tantas outras, no nº52 da Rua ABC, um menino comia a habitual sopa de letras e começou a reparar que alguma coisa estava errada. Notou então, para seu espanto, que na sua sopa de letras ainda não tinha encontrado uma das letras do alfabeto: o “Y”. Começou então a tirar as letras da sopa e a colocá-las sobre a mesa por ordem alfabética. Para seu grande horror, descobriu que a letra Y tinha desaparecido. Não havia um único Y naquela sopa.
- Mããããããããeee…!
Na manhã seguinte, a cidade acorda com os primeiros raios de sol e as pessoas começam a sair das suas casas e a circular pelas ruas em direcção aos seus empregos. Tudo decorre normalmente: as pessoas esperam pelos autocarros, abrem os jornais, as lojas começam a abrir, ligam-se os computadores, as crianças despedem-se dos pais, trânsito parado… até que algo de muito estranho acontece – aos poucos as pessoas começam a notar a falta da letra Y em todo o lado: jornais, revistas, livros, computadores, televisões, listas telefónicas, postais, folhetos, cartazes, sacos publicitários, cadernos, blocos de notas, reclames luminosos, matrículas… o Y tinha realmente desaparecido! Nem um único Y em toda a cidade! O que será que aconteceu?????
Durante esse dia a surpresa foi geral. Não se falava de outra coisa. Contudo, com o passar do tempo, as pessoas foram esquecendo este caso, pois a letra Y não era muito utilizada e não causou muitos problemas nem alterações no dia-a-dia.
Entretanto, passado uma semana, voltou a acontecer a mesma coisa, mas desta vez com a letra X. O desaparecimento da letra X causou mais surpresa. Já não era uma só letra, mas sim duas letras desaparecidas. Em lado nenhum se encontravam o Y e o X. Que estranho! A população começava a ficar assustada. Até porque a falta destas letras estava a provocar confusão na cidade: mal-entendidos nas conversas, nos meios de comunicação social a informação tornava-se confusa e as pessoas não conseguiam entender o conteúdo das notícias, alguém que estava a despedir-se de outra pessoa disse “…au” em vez de “Xau” e foi imediatamente socorrida pelas pessoas que estavam à sua volta, porque pensavam que se estava a queixar de dores. Enfim, tudo estava virado do avesso.
Mas nos dias seguintes as coisas ainda se complicaram mais: desapareceram os W’s e, logo a seguir, os V’s. O alarme era geral! A população estava desorientada. Nas televisões as emissões são interrompidas e é transmitido um vídeo anónimo em que um encapuzado faz um pedido de resgate das letras desaparecidas. As exigências desta personagem incógnita eram estranhas, esquisitas, bizarras, impensáveis, inacreditáveis, ridículas, absurdas, irrisórias mesmo. Parecia uma brincadeira de mau gosto, uma partida desagradável. A população nem podia acreditar que alguém pudesse exigir coisas como: a letra Z passar a ser a primeira letra do alfabeto, as rotundas passarem a ser em forma de Z, a criação de uma nova forma geométrica – o Zetângulo –, a rotação da Terra passar também a ser em Z, o Mundo passar a chamar-se Zundo, todos os nomes de pessoas passarem a começar e a acabar na letra Z, construção de uma estátua-monumento ao Z, as cruzetas passarem a ter forma de Z, ter o Z gravado em todas as moedas… Não se percebia porquê esta obsessão com o Z. O mistério era total! Mas a situação era tão estranha e tão ridícula que a população não aceitou ceder às exigências do presumível raptor que apareceu na televisão e que, apesar do capuz, era notório que a sua cabeça tinha uma forma estranhíssima, quase sobre-humana, dir-se-ia em forma de… Z!
Acabado o prazo imposto por aquele estranho desconhecido, e dado que as exigências não tiveram resposta, logo a seguir desapareceram todos os U’s e todos os T’s – as mais recentes vítimas do sinistro raptor.

Senhor leitor, esta história vai ser interrompida durante um breve parágrafo para introduzirmos no texto uma nova personagem que vai ser importante, mais que importante, vai ser fundamental para o desenvolvimento dos acontecimentos.

NOME: Valente
PROFISSÃO: Detective
IDADE: 31
MORADA: Avenida das Onomatopeias
ESTADO CIVIL: Solteiro
ALTURA: 1,80m
PESO: 75 kg
HOBBIES: Coleccionar paus de giz de marcas e cores diferentes, coleccionar etiquetas de roupa, coleccionar gotas de chuva e pedras de granizo, escavar todos os dias 1 metro de profundidade no seu quintal para construir um depósito de comida aos cubinhos, fazer jarros e castelos com cera dos ouvidos…

Este homem, que já andava a acompanhar este estranho caso desde que haviam desaparecido as primeiras letras, viu-se agora prejudicado pessoalmente, visto que já não era uma, mas sim duas letras que faltavam no seu nome – …ALEN…E. Viu-se obrigado a tomar medidas drásticas. Decidiu então investigar este estranho caso por conta própria, para que os males não se tornassem maiores.

Depois do desaparecimento dos U’s e dos T’s, o raptor volta às televisões mas, desta vez, ameaçando matar os reféns se as exigências não fossem cumpridas. A população começou a temer que o pior viesse a tornar-se realidade. Passado poucos dias, o raptor decide agir. Para mostrar que não estava a brincar, começaram a aparecer vídeos no youtube com encapuzados a matar letras das formas mais estranhas: cortando-as com tesouras, apagando-as com borrachas ou cobrindo-as e asfixiando-as com corrector. Além disso, também começaram a aparecer letras mortas em vários locais da cidade: ruas sem saída, caixotes do lixo, caixas de correio, chafarizes e até penduradas nas árvores… E, para piorar a situação, como se ainda não bastasse, começaram a aparecer fotografias de letras torturadas em todos os jornais, quase todas riscadas com caneta de tinta permanente, de tal forma que estavam desfiguradas, irreconhecíveis. Além de todas as coisas terríveis que estavam a acontecer, foram ainda feitas novas exigências: acabar com o estacionamento em espinha e dar início ao estacionamento em Z, adopção obrigatória de animais zoomésticos, todas as pessoas teriam que fazer vénias quando passassem pelas estátuas em Z que iriam ser introduzidas em todas as ruas, praças e avenidas… a lista continuava quase infinitamente. E ainda, além desta nova lista de exigências, veio a pior de todas as ameaças: o raptor ameaçou suprimir todo o alfabeto!!!!!! O mundo estava em perigo, as línguas estavam em perigo, a comunicação estava em perigo, as tabuletas de direcção estavam em perigo, os folhetos de instruções estavam em perigo, as ementas estavam perigo, enfim, tudo estava em perigo. Só havia uma palavra que poderia descrever a situação: PÂNICO!
Logo de imediato, as letras que restavam começaram a organizar-se em pequenos grupos que se foram transformando em grandes grupos. Estes grandes grupos de letras concentraram-se em manifestações para tentarem exigir ao governo que aceitasse ceder às exigências do raptor. Mesmo com a pressão exercida pelas letras, o governo manteve a mesma resposta: NÃO!
Então, com medo do que lhes poderia acontecer, todas essas letras começaram a desertar, a fugir, a esconder-se, a disfarçar-se ou a organizar-se em barricadas. Será que isso impediria o raptor de continuar com o horror?
Alguém tinha de fazer alguma coisa. Esse alguém era, nada mais, nada menos, que o inconformado e já decidido Detective Valente, que começou nesta altura a sua investigação.
Logo no início da investigação, o Detective Valente reparou que as letras começaram a desaparecer a partir do final do alfabeto, com uma única excepção: a letra Z. Qual seria o motivo de não ter desaparecido ainda a letra Z? O Detective estava intrigado. Começou então a perseguir vários Z’s, tentando descobrir informações que podiam ser úteis para a sua investigação. Apesar desse esforço, o Detective não conseguiu obter qualquer resultado positivo, porque não houve nenhum movimento fora do normal por parte dos Z’s. Parte então para outra estratégia: tenta obter informações falando pessoalmente com alguns Z’s. Certa manhã, enquanto estava a passear pela cidade à procura de um sinal suspeito, encontrou um Z e dirigiu-se a ele numa última tentativa de descobrir algo. É aí que há uma reacção estranha por parte deste Z: mostra-se nervoso, não responde a nenhuma das questões que o Detective lhe coloca e afasta-se a correr. O Detective grita:
- Ei, tu, espera aí! – e desata a correr atrás dele, apesar do seu problema colunal que tinha sido provocado por uma queda de baloiço na semana anterior.
As pessoas que estavam a assistir a esta perseguição acharam estranhíssimo ver uma letra a fugir de uma pessoa. Isto não era normal! Na esperança de se safar do Detective, este Z entra num arranha-céus e sobe pelas escadas até ao terraço. Quando chega lá cima, dá de caras com o Detective que tinha subido pelo elevador e que já o esperava. Desesperado, o Z aproxima-se da beira do prédio e atira-se gritando: “Nunca te direi nada! Nunca descobrirás o nosso plano!”. Enquanto caía, ainda teve oportunidade de acrescentar: “Pelo menos enquanto eu for vivo!”
Quando o Detective saiu do prédio, uma enorme multidão escandalizada rodeava o corpo esborrachado e inanimado do Z. O Detective Valente simplesmente seguiu o seu caminho em direcção a casa para pensar melhor no que iria fazer – tinha agora uma pista concreta que o poderia levar à solução para este mistério – além de que tinha que se despachar porque já estava na hora de jantar.
No dia seguinte, às 7 horas da manhã, o célebre investigador Valente já se estava a preparar para executar o que tinha em mente. Nessa manhã, percorre as ruas da cidade à procura de outros Z’s. Num canto de uma rua obscura, observa um Z que ia a passar. Começou a segui-lo de forma discreta. Esse Z começa a reparar que estão a segui-lo. O Detective acelera então o passo para o apanhar e encurrala-o num beco sem saída. Sem mais hipóteses de fuga, o Z deixa-se subornar pelo Detective a troco de um conjunto de 12 de lápis de cor. Descobre então que os Z’s têm um plano maléfico para dominar o mundo e que eles fazem reuniões secretas num grande armazém abandonado, na zona industrial da cidade.
Nessa noite, o Detective dirigiu-se ao tal armazém. Subiu ao telhado, tirou uma telha e assistiu pelo buraco a toda a reunião dos Z’s. O interior do edifício era obscuro, estranho, misterioso e estava um pouco danificado: o local perfeito para uma organização deste género. Uma multidão de Z’s ouvia em silêncio as palavras de um Z maiúsculo que parecia ser o chefe.
- Meus amigos! – disse o Zhefe com voz de poder – O governo não está a obedecer mas, em contrapartida, as letras estão a desesperar e a exigir que o governo ceda às exigências. MUAHAHAHAHA! – riu-se o Zhefe com um ar maléfico.
- MUAHAHAHAHA! – continuaram os outros Z’s.
À medida que a reunião avançava, Valente ficou a perceber todos os pormenores do plano que tinha sido idealizado por Zhefe, o líder dos Z’s. Era terrível! Se eles não fossem parados, em breve iriam dominar completamente o mundo.
No dia seguinte, ao almoço, enquanto comia a sua comida favorita: peru recheado, o Detective teve uma brilhante ideia que executaria nessa mesma noite (ou então, quando se sentisse melhor da sua coluna). Decidiu naquele momento infiltrar-se no gang; estava cada vez mais ansioso para resolver este caso…
Apesar da sua dor de costas, Valente dirigiu-se a uma loja de disfarces. Depois de muito procurar, achou um belo facto de Z. Com aquilo, iria sem dúvida enganar o Zhefe e os seus seguidores, pensava o detective.
À mesma hora da noite anterior, o Detective dirigiu-se para o armazém. Viu que cerca de uma dezena de Z’s com capuzes se dirigiam para o interior do edifício. Vestiu o seu disfarce e foi também para o interior. Seguiu os Z’s e foi dar a uma grande sala que continha uma mesa enorme com pequenas cadeiras em seu redor e um trono que certamente era onde se iria sentar o Zhefe. Esta era uma reunião especial, apenas para alguns Z’s mais importantes. Depois de toda a gente estar instalada, o Zhefe deu as boas-vindas a todos, levantou-se do trono e fez uma coisa um pouco estranha: falava baixinho a cada um dos Z’s. Até que chegou ao Detective e lhe perguntou numa voz gelada e arrogante:
- Qual é a senha?
O Detective sentiu-se perdido e nada disse perante o estranho Zhefe. Ao ver a sua reacção, o Zhefe gritou:
- INTRUSOOOOOO!!!!!!!!!!!! AGARREM-NO! ORDENO-VOS!
Valente sente-se encurralado e começa a fugir. Saem todos a correr atrás dele. Já no centro da cidade, no meio da rua, as pessoas estranham o acontecimento: um Detective a fugir de Z’s??? É absurdo!!! Ninguém percebe o que se passa.
O Detective já estava cansado e não sabia o que fazer para os despistar. É então que, a meio do seu caminho encontra algumas vírgulas e dá-lhe um flash – acende-se uma luz na sua cabeça. O Detective lança as vírgulas no caminho. Logo ali, e os Z’s ficam um bocado para trás, porque têm que fazer uma pequena pausa. Mais adiante, pontos… e lá vai ele usá-los. Ops! “Adeus Z’s, encontramo-nos daqui a um bocado.” Mas os Z’s eram mais rápidos e não demoraram a chegar perto dele. Já desesperado, começa a correr com todas a suas forças. Encontra pontos de exclamação e… mais uma vez, sem hesitar, atira-lhes os pontos de exclamação. Os Z’s chocam de frente contra os pontos de exclamação e atrasam-se mais um pouco. Bom, mas mais uma vez quase que o apanham (digamos que o Detective não tem assim muita pedalada); mas desta vez…
- PONTOS DE INTERROGAÇÃO! AQUI VÃO ELES! – diz o Detective.
Oh não!!! Os Z’s agora ficaram completamente confusos numa maré de perguntas:
- Mas onde estamos?
- O que estamos a fazer?? De quem andamos atrás???
- Porque estamos aqui????
Todo o tipo de perguntas eram feitas (até as mais absurdas).
Valente chamou a polícia da cidade, que apareceu rapidamente em uniformes reluzentes e com as suas armas. E logo chegaram também os jornalistas que não o deixavam em paz.
Mas o caso ainda não estava concluído. Ainda havia algo para resolver.
Valente saiu discretamente do meio da confusão e dirigiu-se de novo para o velho armazém. Lá dentro encontrou o Zhefe sozinho sem protecção e, sem mais demoras, aprisionou-o entre parênteses. Mas agora, enquanto esperava pela polícia, surgia uma última questão: onde estariam as letras desaparecidas?
Decidiu dar uma volta pelo armazém à procura das letras prisioneiras. Levou uma lanterna devido à escuridão e descobriu, numa grande sala subterrânea, todas as letras desaparecidas, presas em grandes jaulas de ferro. Libertou-as imediatamente.
O Detective estava satisfeito. Finalmente, todo este caso parecia estar acabado.

M.s, o q.e se e.tá a pa.sar? Oh n.o es.ão a de.apar.cer ou.ra vez!!!

sábado, 28 de março de 2009

O Concurso de Bigodes

de Joana Teixeira 6ºA Nº10

Nas suas saídas nocturnas habituais, António Macieira, mais conhecido como Toninho, passou pelo seu café preferido, que pertencia ao seu grande amigo Marinho.
Ao entrar no café, achou estranho a agitação e a animação, pois as risadas só começavam quando Toninho lá estava.
- Então meus camaradas? O que se passa para tanta animação?
- Nada, temos de ir andando, vemo-nos amanhã, Toninho. – e lá foram no meio de assobios e canções.
Toninho estranhou e decidiu ir atrás deles para saber o porquê da animação, mas quando saiu do café já não havia sinais de pessoas na rua. Mas Toninho não estava disposto a voltar para casa ouvir a mulher barafustar e os filhos a chorar, a berrar e a bater com a cabeça na parede. Refugiou-se então num pequeno terraço rodeado de árvores e iluminado por um semi-aceso poste de electricidade.
Passado algum tempo, Toninho, já farto de remoer no assunto, pegou, de um pequeno caixote do lixo, no jornal da região de Canudo: “o Canudiense” e reparou num pequeno anúncio colorido: “Concurso Regional de Bigodes, Prémio: Grande Kit de Bigodes. Não faltem. É já amanhã na Rua das Pereiras”.
Toninho arqueou as sobrancelhas e exclamou:
- Aqueles cobardes mentirosos esconderam-me um evento desta importância com medo de perder. Amanhã irão ver!
Voltando a casa muito excitado, Toninho só pensava no concurso. No entanto, o medo foi-se apoderando dele e então ele não resistiu e usou uns químicos para fazer crescer o bigode.
No dia seguinte o seu bigode estava enorme, sendo difícil arranjá-lo para ir ao concurso. Mas Toninho tinha de ir, tinha de ganhar. Então lá fez um penteado para o bigode impressionante e, em cima da hora, lá chegou ao concurso.
O concurso estava desorganizado e com pouco público mas os concorrentes eram bons, especialmente Toninho que foi louvado por todos e aclamado como justo vencedor.
Mas foi comprovado o uso de químicos num controlo anti-doping e o 1º prémio foi entregue a Manuelino, o maior rival de Toninho que se gabou até toda a gente se fartar. Toninho, muito irritado, teve de voltar para casa e ouvir a mulher barafustar e os filhos a chorar, a gritar e a bater com a cabeça contra a parede, sempre com esta ideia em mente:
- Eu teria ganho!

O clone de Analberta

de Helena Carvalho 6ºA Nº9

Depois da escola José vai ter com a sua mãe Analberta à fábrica onde ela trabalhava.
Demorou um pouco a chegar porque se enganou no caminho e teve que passar por um vale um pouco estreito, por uma colina, por um precipício, por uma montanha e por uma cascata. Finalmente chegou. Viu tudo tão atarefado que nem a mãe reparou nele, pois naquela fábrica faziam-se muitas coisas como: camisolas, calças, casacos, boinas, vestidos, meias e camisas de várias cores: amarelas, verdes, rosa, roxas, cor-de-laranja, pretas, azuis às bolinhas, amarelas às florzinhas e verde às risquinhas.
Ao ver a mãe tão atarefada, José decide tomar uma atitude: lembra-se de um filme que viu no dia 30 de Fevereiro, que falava sobre uma tal “Clone”. Decide então começar a operação “O Clone de Analberta”.
Logo ali pensa:
­­- Como estou numa fábrica de roupa arranjo manequins para o corpo do clone.
E assim encontrou peças de manequins e tentou montá-los. Pode dizer-se que não correu muito bem: tinha uma perna maior que outra e o cabelo meio comprido meio cortado. Decidiu então passar à fase nº2: “A Recolha de ADN”.
Foi à procura da sua mãe, que estava na conversa com Maria Alice, que também era um pouco preguiçosa como Analberta.
José tentou chamar a mãe, mas ela estava tão interessada na conversa que até parecia que estava surda e não ouvia o filho, só Maria Alice. Como vê que a mãe está muito distraída arranca-lhe um cabelo ruivo e ondulado, corta-lhe uma unha e coloca tudo num saquinho pequeno de plástico transparente. Pode dizer-se que a fase “A Recolha de ADN” estava concluída, mas lembra-se que como a mãe era muito preguiçosa e resmungona precisava de outro ADN, de uma pessoa trabalhadora e simpática. Olha à sua volta e... não vê ninguém trabalhador. Volta a olhar e... e... lembra-se então da sua avó Joanalberta que, por sinal era muito trabalhadora.
Pensa então:
- Vou a casa da avó Joanalberta!
Sai da fábrica sem ninguém reparar.
A casa da avó não era propriamente perto. Teve que passar por uma estrada um pouco vazia, pois não haviam casas por ali. Aquela estrada tinha enormes árvores cheias de musgo verde nos troncos, o que fazia com que a estrada parecesse infinita. Logo ali no final da estrada havia um pequeno monte, que era bastante movimentado, mas a maioria eram pessoas de terceira idade. Ao fundo, finalmente, a casa da avó Joanalberta.
Bateu à porta, bateu, bateu, mas nada. Então lembra-se que estava na hora da sesta da avó. Voltou a bater, desta vez com toda a força. A avó abre a porta e diz:
- Olá José! Que fazes aqui a esta hora? Não sabes que é a hora da minha sesta?
- Desculpa avó. – diz José enquanto pensava no que havia de dizer. – Não me esqueci aqui de nada em sua casa?
- Não. – respondeu a avó.
Então José muito depressa e sem a avó se aperceber pega num cabelo branco e comprido que estava no sofá e diz:
- Bem vou-me embora, avó. Já que agora sei que não me esqueci de nada.
E sai a correr.
Quando chegou à fábrica, foi a correr procurar peças para construir a máquina. Arranja várias peças e um grande caixote. À medida que encontrava as peças colocava-as no sítio adequado.
Já estava quase terminado, quando tudo vai abaixo: luzes, máquinas. Todos os trabalhadores tentam arranjar a electricidade enquanto Analberta berra com o filho e de repente vê um “monstro” debaixo de um caixote que tinha caído e assusta-se. José diz à mãe para ter calma pois aquilo era o seu clone que a ia ajudar...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O estranho caso da borracha apagada

de Joana Cruz 8ºD Nº13

Caracoleta estava na 5ª divisão de sua casa, o seu quarto, a fazer os trabalhos de casa. Estava com a luz acesa, pois já eram 10 horas da noite. Estava sentada num banco de madeira redondo, que estava em cima de um tapete quadrangular. O quarto era pequeno, tinha quatro paredes vermelhas onde estavam coladas chiclets e tinha também um tecto. Tinha uma cama no meio do quarto, duas mesinhas de cabeceira em cada lado, uma cadeira com três pernas e em cima dela estava o seu gato de peluche, um guarda-fatos com duas portas todas tortas e outra já não existia e tinha uma secretária onde ela estava a estudar cheia de livros e papéis malcheirosos. O chão do seu quarto estava todo sujo, cheio de pó e outros objectos horríveis. E tinha também uma planta num canto, que já estava toda murcha e quase a secar e, em cima desta, tinha um grilo que andava lá a comer as folhas todas secas da planta, pois era por isso que ela estava a secar. Tinha uma janela com os vidros todos partidos (devia ser para entrar o ar) e uma porta onde estavam coladas todas as cábulas que já tinha feito até aquele dia.
Caracoleta estava concentrada a fazer os trabalhos de casa de Matemática, Português, Filosofia, Educação Musical, Geografia, Ciências Químicas e Físicas, Tecnologias Avançadas e Atrasadas, Chinês e Japonês. Ao fazer os trabalhos enganava-se muito, pois dava muitos erros e então como estava a fazer a lápis apagava com uma borracha branca, tridimensional, rectangular com oito vértices, doze arestas e seis faces e na parte de cima tinha escrito o seu nome e desenhado dez corações à volta. Como já se tinha enganado muito e apagado demasiado começou a notar que a sua borracha ficava mais pequena de cada vez que apagava e então resolveu fazer uma investigação sobre o assunto. Foi à polícia pedir uns saquinhos próprios (daqueles transparentes de plástico) para as investigações, para colocar os vestígios que encontrasse sobre a borracha.
Começou então por colocar um bocadinho da borracha num saquinho, outro bocadinho noutro saquinho, mais um bocadinho noutro saquinho, e colocou cada bocadinho da borracha em cada saquinho até eles se acabarem. Quando acabou de colocar os bocadinhos da borracha nos saquinhos pegou neles e pensou:
- E agora, o que vou fazer com isto? Levo à polícia? Mas a polícia só serve para resolver casos de mortes, de ladrões e de coisas assim... De certeza que não me vão dar ouvidos quando eu lhes der isto e vão-me pôr de lá para fora. Levo à minha professora para ela resolver a minha investigação? Levo à minha tia? Não. Não. Não. Vou resolver isto sozinha sem a ajuda de ninguém.
Foi à Internet pesquisar sobre borrachas a decomporem-se e encontrou alguma coisa, mas eram 5.410.000 resultados e desistiu logo de pesquisar na Internet. Não estava satisfeita e decidiu investigar em livros. Consultou livros e livros e mais livros e encontrou o que queria num desses livros. Ficou toda contente ao saber que tinha encontrado a resposta à sua investigação. Mas então o que dizia no livro?!
“As borrachas são objectos leves e pequenos que existem de várias cores e que se desfazem com o passar dos tempos devido ao desgaste e à erosão provocados pela sua utilização, e que mais tarde irão ser aproveitados…”.
Mas o que quer dizer desgaste, erosão e… borracha? Foi então procurar o significado das palavras (desgaste, erosão e borracha) no dicionário. Borracha, s. f. goma elástica; substância elástica obtida pela coagulação do látex de diversas plantas da América, da Ásia e da Oceânia, ou mediante processos químico-industriais; cauchu. Borracha sintética ou artificial, grupo de substâncias que possuem as propriedades elásticas do cauchu natural e obtidas por polimerização. Borracha vulcanizada, borracha tratada pelo enxofre e o calor; A borracha, de origem americana, foi a princípio empregada para a impermeabilização de tecidos; depois, para a fabricação de tecidos elásticos; látex proveniente da seringueira, cauchu e é um pedacinho de cauchu para apagar a escrita ou o desenho. Desgaste, s. m. consumição lenta; acto de desgastar. Erosão, s. f. acto ou efeito de corroer; acção de uma substância ou elemento que corrói ou desgasta; a consequência de tal acção.
Caracoleta ficou espantada e ainda mais baralhada com o que dizia no dicionário, mas mesmo assim quis ouvir a opinião da sua tia e foi então perguntar-lhe.
A sua tia estava na cozinha a fazer o jantar e quando viu Caracoleta assustou-se toda, pois raramente ela entrava na cozinha, a não ser para falar de assuntos muito bizarros. Caracoleta foi directa ao assunto e perguntou à tia por que razão a borracha ficava mais pequena de cada vez que apagava com ela. A sua tia ficou muito espantada a olhar para ela e disse-lhe para ir ter com a professora no dia seguinte que ela de certeza que lhe explicava isso.
No dia seguinte Caracoleta acordou toda contente, tomou o pequeno-almoço e saiu de casa muito depressa para ir apanhar o autocarro que passava à porta de casa dela.
Chegou à escola e foi logo perguntar à professora o caso da borracha. A professora disse aos alunos para entrarem para a sala e que explicaria a dúvida da Caracoleta dentro da sala. Caracoleta estava ansiosa por saber a explicação da professora. A professora começou a explicar que no mundo há objectos que com a sua utilização começam a ficar mais pequenos ou por vezes mudam de cor, etc. E no caso da borracha ela estava a ficar mais pequena porque se estava a utilizar, estava a romper-se no papel para ela apagar os erros ou desenhos que estavam elaborados a lápis.
Os restos da borracha iriam decompor-se pelos decompositores, fungos e bactérias, e iriam ser aproveitados de uma maneira a não prejudicar o ambiente nem ninguém, pois não se deve prejudicar o ambiente; aliás, o ambiente está “dentro” do mundo e a nossa casa está dentro do mundo, e se a nossa casa está dentro do mundo também estamos dentro do ambiente, e se prejudicarmos o ambiente iremos “levar” com o lixo nas nossas casas. Todo o lixo que fazemos é precioso, pois pode ser reciclado para fazer novos objectos.
A investigação da Caracoleta e tudo o que falei até aqui está relacionada com a seguinte frase de Antoine Lavoisier: “No Universo nada se perde, tudo se transforma.”

Moral da história: Tudo o que é utilizado “morre” e tudo o que “morre” é reciclado, nada é desperdiçado. São os decompositores que decompõem os restos do Universo.

Qual a minha profissão?

de Soraia Meireles 8ºD Nº24

A cozinheira
tinha uma peneira
que peneirava
até à costureira

A costureira
tinha um alfinete
que se atrevia
a comer um cacete

A padeira
roubava farinha
pois tudo que comia
era só papinha

Não quero ser
cozinheira, padeira nem costureira
só quero andar sempre
na brincadeira!

Qual dos dois?

de Soraia Meireles 8ºD Nº24

Havia uma mulher
Que se queria casar
Mas com todos estes homens
Ela tinha um pouco de azar

Um dia apareceu
Um homem maneta
Coitado, não tinha uma mão
Não pegava na chupeta

No outro dia apareceu
Um homem careca
Não tinha cabelo
Nem ele nem a sua boneca

A mulher não se queria decidir
Pois os dois tinham um defeito
Mas decidiu querer o careca
Pois ele tinha um grande peito!

terça-feira, 24 de junho de 2008

Palavrescos entrou em férias.
Até Setembro...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Sou uma pastilha elástica (7)

de João Vasconcelos 5º A Nº12

Sou uma pastilha elástica, mas também há quem me trate por chiclet.
Certo dia fui cuspido por um condutor para o meio da estrada. Não sei ao certo quanto tempo lá fiquei. No início, ainda gritava e tentava chamar a atenção de quem passava, mas nunca ninguém me deu ouvidos, a não ser um sapo que de vez em quando atravessava a estrada e aproveitava para me lamber.
Lá perto havia um café que de 15 em 15 dias era visitado por um fornecedor de pastilhas elásticas. Um dia, ao regressar para a sua empresa, esse fornecedor viu-me no meio da estrada e parou a carrinha poucos metros depois de ter arrancado, para não me atropelar. O tipo, feito burro, sai do carro, agarra-me e eu, com medo de ser raptada, choro e grito. Faltavam uns poucos decímetros para ele me engolir e eu digo-lhe: “ó burro, não vês que eu estava ali no chão, onde já me calcaram, já me passaram pneus por cima, já levei com bosta de cavalo, necessidades de andorinha e de outros animais e até cuspidelas de pessoas!” Mas ele, como não percebia patavina do que eu dizia, lá me engoliu. O meu amigo sapo estava de olho em mim e, com medo que acabassem as lambidelas, ainda me tentou salvar. Mas não veio a tempo. O homem entrou na carrinha e percorreu o país todo comigo na boca – Porto, Aveiro, Lisboa, Setúbal, Évora, Beja e, por fim, Algarve; e o sapo sempre atrás de nós. À noitinha, quando o homem estava a lavar os dentes antes de ir dormir, o sapo deu-lhe uma bordoada na nuca e ele desmaiou. Então abriu-lhe a boca e entrou por lá dentro. Percorreu o corpo todo até encontrar uma pastilha que, por acaso, não era eu, mas sim uma outra muito parecida comigo. O sapo, todo contente, foi embora levando essa pastilha com ele. O fornecedor acorda comigo ainda dentro dele e, como estava com muitos gases, foi à retrete e… lá fui eu sozinho e abandonado pelo esgoto abaixo.
Na manhã seguinte acordei dentro de uma caixa que dizia resíduos e detritos gasosos. Mas isso é outra aventura que irei contar noutra ocasião.

Sou uma pastilha elástica (6)

de Helena Carvalho 5ºA Nº9

Sou uma pastilha elástica, mas também há quem me trate por chiclet.
Eu vim de uma fábrica de chiclets estúpida e vim com sabor a mentol estúpido. Quando cheguei a uma loja, estúpida, já tinha sabor a morango. Quando me compraram, já tinha sabor a mirtilo.
Bom, a minha dona também era estúpida porque, sempre que ia comer, para não me deitar fora, colava-me na sua nuca. Eu era muito especial para ela, pois todos os dias mudava de sabor: sopa de legumes, arroz de pato, mousse de chocolate e muito mais…
Eu era tão especial, mas tão especial (isto não é para me gabar), que a minha dona tinha-me um amor que até me beijava. Talvez fosse pelo meu sabor. Talvez, não sei, mas que ela gostava de mim, gostava.
Sinceramente, eu devo ser anormal; qual é a pastilha elástica que muda de sabor todos os dias???? Mas também, deixem estar, qual é a dona que coloca a sua chiclet na nuca quando vai comer???
Bom, fiquem algum tempo a pensar nisso, pois alguma coisa gigante está a começar a triturar-me…

…bom, acho que não estava a ser triturada, mas sim mascada.
Depois de, pode dizer-se, pouco tempo (cerca de 19 anos) descobri que… afinal a fábrica não era estúpida, a loja não era estúpida, mas eu sim, era estúpida; a minha vida era estúpida. Eu e a minha dona; afinal, quem é que coloca a sua chiclet na nuca quando vai comer???

Poema terrível (4)

de Francisca Costa 5ºA Nº7

O meu primo Manel
vivia no campo
e nunca cortava as unhas
porque o corta unhas estava enferrujado.
Certo dia acordou
com a unha do dedão a sair-lhe pela bota fora.
No início ele achou incómodo
e um pouco estranho
ter uma unha daquele tamanho;
rebentava com qualquer meia.
Mas depois,
quando se habituou à ideia,
começou a fazer tudo com ela:
penteava os cabelos à filha, lavrava as terras, podava,
carregava o feno, mexia a sopa…

Sou uma pastilha elástica (5)

de Joana Cruz 7º D Nº12

Sou uma pastilha elástica, mas também há quem me trate por chiclet. Todos os dias ando de casa em casa e de estrada em estrada. Pisam-me, dão-me pontapés e ainda há quem jogue à bola comigo. A minha mãe está sempre a dizer-me para eu não ir passear com pessoas desconhecidas nem para ir para a rua, que é muito perigoso!
À noite durmo quase sempre na rua, mas às vezes também com as pessoas nas suas casas, nos seus quartos e até nas suas camas. Por vezes, fico ao fundo da cama, debaixo do pé do meu companheiro.
Ando sempre toda suja; só tomo banho quando chove ou então quando volto a minha casa. Muitas vezes, quando está a nevar, não me deixam tomar o meu duche, porque obrigam-me a ir com o meu companheiro aos saltos, pelas piscinas adiante e não fazem caso.
Quando entro no supermercado todos me tratam por chiclet, mas quando me vêem cá fora dizem logo que sou a chiclet mal cheirosa e sem sabor. Isto não pode ser. Sou muito pequenina e muito branquinha, mas às vezes fico preta que nem carvão.
A minha irmã, todos os dias me chateia, com sugestões que não valem nada, e eu digo-lhe sempre para ela olhar de cima, mesmo de cima, mas mesmo, mesmo de cima, da ponta do cabelo até à unha do dedo do pé.
Sou muito pequenina, mas não quer dizer que vá sempre parar ao caixote do lixo ou mesmo, por vezes, a outro lado que não interessa dizer o nome… mas eu digo, porque é sobre mim: é a sanita. Eu sei que é um lugar onde muitas pessoas se sentam, mas eu não gosto de ir para lá. Por favor, não me façam isto, que eu mereço. Peço-vos, por favor.

Sou uma pastilha elástica (4)

de Inês Pinto 7ºD Nº10

Sou uma pastilha elástica, mas também há quem me trate por chiclet, porque é mais fácil.
No dia 03-03-09, estava eu no chão da casa de banho com a minha avó, ou seja, ela estava a fazer as suas necessidades e eu a limpar-lhe as unhas dos pés que, cá para nós, cheiram mesmo mal! Tão mal que comecei a sentir-me anestesiada, perdi os sentidos e comecei a sonhar. Percebi logo que estava a sonhar porque fui deixando de sentir o cheiro e a ver uma camada de nevoeiro que aos poucos foi desaparecendo, à medida que se ia tornando mais nítida uma imagem de mim própria, ainda novita, quase da vossa idade. Nesse momento compraram-me e meteram-me na boca de um bêbado que tinha acabado de beber uma garrafa de vinho tinto que cheira pior do que o vinho branco. Ele mastigou-me até eu já não ter açúcar e meteu-me no frigorífico onde conheci a vitela e a manteiga, tudo fora de validade. Lá dentro (vocês nem vão acreditar) era moncos por todo o lado, até pingava em cima de nós, e para não falar das varejas que lá havia!
Passados dois ou três dias, ele foi-me lá buscar, cheia de moncos, e depois meteu-me açúcar amarelo com formigas, as quais já estavam na retrete da minha avó, pois reconheci-as de lá, e meteu-me na boca e mastigou-me até não sentir nada dentro da boca, engoliu-me e fui parar ao estômago. Aí reconheci a vitela que estava no frigorífico junto com a manteiga. Dali, fui para o intestino grosso, que era uma porcaria, era só vinho e, por fim, saí pelo… (bem, acho que não preciso de dizer por onde saí) e nem acreditam a que retrete fui parar… Foi à da minha avó! Estava na hora de lhe voltar a limpar as unhas dos pés.

Poema terrível (3)

de Helena Carvalho 5ºA Nº9

A cara da minha prima estava sempre toda suja.
Mas havia quem dissesse
que não era sujidade,
que aquilo eram sardas,
e eu não acreditava.
Um dia apanhei-a a dormir
esfreguei-lhe a cara com lixívia,
não saíram,
tentei arrancá-las com uma pinça,
não saíram.
Quando ela acordou,
chorou e gritou,
tinha a cara a arder,
até parecia que estava a morrer.
Só aí
eu percebi
que a cara não estava suja
e todos tinham razão.
Eram sardas que ela tinha!

Sou uma pastilha elástica (3)

de Francisca Costa 5ºA Nº7

Sou uma pastilha elástica, mas também há quem me trate por chiclet. Sim, porque o meu nome artístico era mesmo esse.
Tudo começou quando eu estava em casa a ver o “A música canta”, quando vi um rodapé que dizia: “Para participar, ligue: 102773”. Eu liguei. Na altura foi só para gozar, mas depois pensei: “Vou pedir ajuda para criar uma banda”. No início fizemos um coro, mas não deu resultado, pois a Bubaloo Mir estava sempre à porrada com a Cola Pés. Já estava farta e decidi acabar com tudo; e foi assim que os Guela Atada passaram à história. Mas depois pensei: “se querem porrada, fazemos música à bruta”. E assim nasceram os Fruta ou Chicalaty, constituídos por:
Cola Pés – na bateria;
Bubaloo – no baixo;
Chiclet – na voz;
Lambe Pêlos – na guitarra.
O sucesso que nos levou ao top de vendas foi “Rock-a-cola”, mas depois decidimos inovar e criámos “Podo, o Avô com a perna de cão”. Tivemos muito sucesso até que um dia o Lambe Pêlos se meteu na tasca com a companhia de 10 garrafas de uísque e fomos todos engolidos. Ainda tentámos evitar, mas agora somos reclusos da prisão da cidade onde vivíamos. Mas eu acredito que quando o Eulémio for à casa de banho, os sucessos vão continuar.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Sou uma pastilha elástica (2)

de José Guilherme Silva Moreira 5ºA Nº13

Sou uma pastilha elástica, mas também há quem me trate por chiclet. Eu gosto mais de pastilha elástica, mas esperem… se calhar gosto mais de chiclet, não sei.
Vou contar a minha história até chegar aqui, sabem onde? Ao bolso de um chavalo chamado Ricardo Carvalho. Bem, até é um bom rapaz, mas para um miúdo de 11 anos é muito alto. Ah, um defeito que ele tem, é que tem um pouco a mania de se sentar com as pernas numa espécie de X, o que me aperta um pouco. Mas agora vamos voltar a mim. Eu sou baixa, achatada e sou de tutti frutti, mas sou uma chiclet, ou uma pastilha elástica, feliz. Mas nem sempre fui uma pastilha elástica. Eu nasci no intestino de um peixe que, quando obrou, fez-me vir à tona da água e fui levada numa rede de pesca e depois atirada a uma selva onde um javali me trepou e eu fiquei colada à pata dele. Depois do javali andar quilómetros, o que para mim não foi nada agradável, caiu num pequeno vulcão e ficou em cinzas e eu fiquei a boiar na lava. 50 anos depois, o vulcão entrou em erupção e… PUUUMMM!!! lá fui eu a voar até à Oceânia, onde apareceram 7 cangurus que me desafiaram para uma luta de boxe. Eu aceitei, mas não sei se foi boa ideia. À 37ª ronda já estava todo roto e quando eles se estavam a rir de mim, uma girafa que estava a assistir empurrou-me para dentro da boca de um deles. Quando ele fez as suas necessidades eu saí e fiquei lá no meio das fezes. Uns 10 anos mais tarde, vieram alguns humanos que me levaram no meio das fezes para me venderem como estrume. O estrume foi exportado para Portugal e espalhado num campo de batrafos (uma espécie de batatas com sabor a ovos podres) e fui trepado por 20 cabras, 7 galinhas e 4 vacas. Um dia fui numa roda de tractor até Lisboa. Bem pensei que era o meu fim – milhares de carros, motas, camionetas, pessoas, animais, homúnculos… mas, de repente, um homem apanhou-me e guardou-me… bem, até eu achei nojento, mas ele é que sabe. Mais tarde, dei comigo numa fábrica, onde me puseram muito mais bonita e cheirosa. Fui posta num quiosque e agora aqui estou no bolso deste puto.

P.S.: Quando comprarem uma chiclet, ou uma pastilha elástica, vocês é que sabem, mas eu perguntava-lhe onde nasceu e por onde passou até chegar aqui.

Sou uma pastilha elástica (1)

de Joana Teixeira - 5ºA - Nº10

Sou uma pastilha elástica, mas também há quem me trate por chiclet. Sou cor-de-rosa e tenho Bubaloo escrito nas costas. Já passei por mais de 100 pessoas, incluindo o Quim Barreiros e o Toni Carreira.
Mas um dia, quando estava na Rua do Numseiquêlito, uma pessoa estúpida, tão estúpida que punha as cuecas na cabeça, engoliu-me. Passei pelo estômago, intestino dourado e intestino preto (era o que ele tinha), até que saí pelo buraco do seu umbigo. Comecei a saltar, a saltar e a saltar, até que ele me apanhou. Repeti o circuito 30 vezes, até que ele se fartou e me atirou ao mar. Fui engolida por tubarões, por peixinhos pequenos, por baleias e por uma alga venenosa, até que cheguei a um esgoto anos depois. Aquela pessoa estúpida que há anos me tinha engolido foi limpar o esgoto (pois era esse o seu trabalho). Mas nessa altura tinha duas diferenças: tinha estúpido escrito nas costas e agora, além de estúpido, era também sonhador, pois queria montar um grande negócio com pastilhas elásticas. Por fim, lá me engoliu. O mais estranho é que me reconheceu; eu fiquei espantada, pois não sabia que os estúpidos também tinham boa memória. Então lá fui eu fazer o percurso já nosso conhecido, 30 vezes, até que ele decidiu fazer o seu negócio a partir de mim. Então eu pensei: “este aqui é mais estúpido que o Pequeno Raul!!!”
Mas o negócio correu-lhe bem, pois eu percorria os intestinos das pessoas e saía pelos seus umbigos sem elas darem por isso, e depois ele apanhava-me sem ter que pagar para comprar novas pastilhas. Corri meio mundo a fazer negócio e, em troca, o nosso conhecido estúpido dava-me banho!
Quando me cansei, o estúpido levou-me a descansar, isto é, botou-me fora. Mas continuei a visitá-lo.
E a história acaba aqui, pois a minha vida voltou a ser calma, tranquila e sem estúpidos que conseguiram fazer um bom negócio.
Moral da história: se fores estúpido, arranja uma Bubaloo e fazes um bom negócio.

P.S.: Este texto é feito para todos os estúpidos de Portugal, que são 99% da população, pois não conto comigo nem com as pessoas de quem mais gosto.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

O ladrão de sombras

de José Guilherme Silva Moreira - 5ºA - nº13

Era uma vez, quando as galinhas ainda comiam milho, um homem chamado Zé Sem Sombra. O Zé Sem Sombra era um ser humano muito invulgar que não se via todos os dias. Ele era, de certa maneira, irmão de um homúnculo e a sua família era chamada “A Família de Gente Nenhuma”. Este nome era apropriado porque eles comiam rosquilhos de cão e os seus 17 cães comiam empadão, batatas fritas, omoletas, sopa e outras comidas vulgares. O Zé Sem Sombra tinha inveja dos seus amigos que eram o António da Argola, o Manel Pistolas e o Toninho Betoneira, porque eles tinham uma sombra e Zé nunca vira a sua. O Zé Sem Sombra andou anos sem a sua sombra e cada vez desanimava mais.
Até que um dia ele foi à tasca do Quim Pipa à meia-noite! Mas o Zé Sem Sombra não teve medo; sim, porque ele era praticamente um homúnculo e quem se atrevia a assaltar um homúnculo? Bem, pensando bem, toda a gente, mas… Lá para as 4 da manhã o Zé Sem Sobra já vinha para casa aos S’s. Quando chegou, deparou-se com a mãe a dormir no sofá, o pai ainda não tinha chegado e a sua irmã mais nova estava na casa de banho a tirar o verniz das unhas. Ao ver aquilo, o Zé Sem Sombra, já com 2 garrafas de vinho do Porto, 7 cervejas e 10 copos de vinho tinto no estômago, decidiu fugir à procura da sua sombra. O Zé, como estava com 98% de álcool no sangue e os 2% que faltavam eram as 2 pedras de gelo que ele punha nas bebidas, só levou para a viagem 500 euros. Mas 500 euros num cruzeiro davam para o Zé ir (com muita sorte) no lugar da mercadoria. Como o Zé era um jovem de 27 anos, um rapaz muito caseiro e não gostava do Sol, só viajava e passeava à noite. De manhã, o Zé acordou com dois porcos ao seu lado. Logo de seguida, abriu-se uma porta gigante, o Zé saiu do barco e quando leu as tabuletas viu logo que estava em Inglaterra. Aproveitou para visitar a cidade pois nunca ali estivera. Mas o mais curioso é que essa visita à cidade foi feita à noite e, passado 2 horas, o Zé viu toda a gente a olhar para o céu com uns óculos escuros. O Zé ficou curioso e também comprou uns óculos desses escuros e pôs-se a olhar para o céu. Logo de imediato ele viu uma enorme mancha preta a deslocar-se e o Sol cada vez mais a brilhar. O Zé, com aquele sol todo, olhou à sua volta à procura de um lugar onde se pudesse abrigar do sol, mas em vez de ver esse lugar viu uma enorme parede de um prédio de 33 andares. Ao ver a parede, viu também a forma de uma pessoa, só que em preto. O Zé ficou espantado pois de cada vez que ele fazia um gesto aquela coisa negra também o fazia. Logo, o Zé Sem Sombra (que agora já a tinha) descobriu que já tinha uma sombra e percebeu que o ladrão de sombras era, afinal, o eclipse e as nuvens.
Anos depois já não lhe chamavam Zé Sem Sombra, mas pura e simplesmente Zé.

Poema terrível (2)

de Inês Pinto - 7ºD - nº10

As beatas

Conheço três mulheres!
Uma feia, uma horrível e outra gorda!
Que só comem pinhões
Mas não gostam de pinhões, só gostam de feijões
A feia casou-se com o bonito
A horrível namora com o ranhoso
A gorda anda metida com o bonito e o ranhoso
Mas todas três são famosas apesar de ninguém gostar delas.

Poema terrível (1)

de Joana Cruz - 7º D - nº12



Tenho 3 bolas

Uma salta, uma dança e outra fala.
Todas as noites faço qualquer coisa
com uma delas.
Cada uma tem um nome: Xáxá, Mómó e
Bibi.
A Xáxá tem 1 olho, 3 pernas e 2 cabelos.
Todas as noites salta à minha beira e
ajuda-me a contar histórias.
A Mómó tem 3 olhos, não tem pernas e 4 cabelos.
De manhã ajuda-me a vestir e a lavar as unhas.
E a Bibi não tem olhos, não tem pernas e não tem
cabelos.
De tarde faz-me os trabalhos de casa e faz-me os copianços
para os testes.
Todas as bolas não fazem nada, completamente nada.
São umas miseráveis e umas incompetentes.
São malucas!!
E feiaaaaaaaaaaaas e maldosaaaaaaaaaaaaas!

O cão de guarda

de José Guilherme Silva Moreira - 5ºA - nº13

Era uma vez uma cadela que teve uma ninhada de 7 cães. O 1º era forte, o 2º era distraído, o 3º tinha medo de tudo o que se mexia, o 4º era totó, o 5º era muito preguiçoso, o 6º era inteligente e, por fim, o 7º… bem, do 7º nem se fala… era muito fraquinho, nem com uma coleira podia.
A mãe cadela esforçou-se para que o Gigi (era este o nome do 7º) ganhasse algum músculo e não fosse tão totó e lingrinhas. Mas o mais curioso é que esse cãozinho tinha um sonho, que era ser um forte e valente cão de guarda, o que parecia ser impossível. Os irmãos troçavam dele, dizendo que ele era um inútil e um bebé, e o Gigi enervava-se, mas nunca podia fazer nada para impedir isso. Já a mãe, acreditava no sonho do seu filho.
Dois anos passaram e Gigi, com muito esforço e dedicação, estava cada vez mais forte e valente, com coragem de enfrentar tudo e todos, até os seus irmãos mais velhos. A mãe, contente com isso, não parava de lhe dar sacos e sacos e sacos de Friskies (comida de cão, completa nutrição e embalagem de abertura fácil). Ele, feliz, quanto mais comia, mais treinava – musculação, peitorais, lombais… Mais um ano, mais forte, mais elegante, o Gigi não parava de subir na sociedade.
Um dia, a mãe ouviu na Rádio Região de Basto um anúncio que dizia: - Senhores espectadores, estamos a informar todos os cães que estão abertas as inscrições para ser o guarda-costas do Primeiro-Ministro José Sócrates. A mãe cadela decidiu inscrever o seu filho Gigi. Um mês depois, o Gigi estava na casa de banho a fazer as suas necessidades fisiológicas, quando ouviu na rádio: - …o eleito para cão guarda-costas do Primeiro-Ministro éééééé ooooo senhor Gigi! O Gigi, ao ouvir estas palavras, saltou da sanita, limpou o rabo e foi fazer as malas para ir para a Assembleia da República. Quando lá chegou, o Gigi deparou-se com José Sócrates e lambeu-lhe os sapatos, demonstrando alegria. Nessa mesma noite, o Primeiro-Ministro foi para casa acompanhado pelo Gigi, que ficou à porta bem atento a tudo o que se passava. Essa noite foi longa: o Gigi já tinha parado uma luta de cães rafeiros, ajudado uma idosa a atravessar a estrada, ajudado um imigrante a transportar as malas… Mas o mais curioso foi quando às 3 horas, 33 minutos, 33 segundos e 33 milésimos de segundo, ouviu um barulho nas traseiras da casa. O Gigi valente foi lá ver o que era e viu, sorrateiramente, três ladrões a entrar pela janela que ia dar à sala. O Gigi entrou pela porta da frente e viu os três a roubar coisas muito importantes para José Sócrates, tais como uma jarra com 200 anos, um quadro pintado pelo melhor pintor do mundo e, por fim, mas não menos importante, a gravata de José Sócrates. Ao ver aquilo, o Gigi não ficou parado; tinha que intervir. Lançou-se ferozmente a dois dos ladrões, atacando-os com uns truques que aprendera na WWE. Os dois ladrões caíram no chão todos partidos. Ao ver aquilo, o terceiro ladrão pôs-se logo em fuga, enquanto José Sócrates dormia que nem uma pedra. Voltando à fuga, o ladrão ia a uns 73 metros, quando o Gigi viu que já não podia mais. Então, partiu o vidro de um carro, entrou e, desengatado, lá foi pela rua abaixo. Quando conseguiu apanhar o ladrão, esbofeteou-o com a cauda.
De manhã, quando José Sócrates acorda e vê aquele cenário na sua sala, dá um berro: - GIGI!!!! José Sócrates pediu explicações ao Gigi, perguntando qual era a causa daquele cenário devastador. O Gigi, com calma, explicou tudo. Por fim, José Sócrates dá um bónus de 2.000 euros ao Gigi.
A moral da história é que temos de fazer tudo por 2.000 euros, nem que seja salvar o Primeiro-Ministro.

3, 2, 1...

Bem vindos ao Palavrescos, o blog onde vamos publicar trabalhos escritos pelos monstinhos literários que frequentam o projecto de escrita criativa da nossa escola.

O Prof.