sexta-feira, 30 de maio de 2008

O ladrão de sombras

de José Guilherme Silva Moreira - 5ºA - nº13

Era uma vez, quando as galinhas ainda comiam milho, um homem chamado Zé Sem Sombra. O Zé Sem Sombra era um ser humano muito invulgar que não se via todos os dias. Ele era, de certa maneira, irmão de um homúnculo e a sua família era chamada “A Família de Gente Nenhuma”. Este nome era apropriado porque eles comiam rosquilhos de cão e os seus 17 cães comiam empadão, batatas fritas, omoletas, sopa e outras comidas vulgares. O Zé Sem Sombra tinha inveja dos seus amigos que eram o António da Argola, o Manel Pistolas e o Toninho Betoneira, porque eles tinham uma sombra e Zé nunca vira a sua. O Zé Sem Sombra andou anos sem a sua sombra e cada vez desanimava mais.
Até que um dia ele foi à tasca do Quim Pipa à meia-noite! Mas o Zé Sem Sombra não teve medo; sim, porque ele era praticamente um homúnculo e quem se atrevia a assaltar um homúnculo? Bem, pensando bem, toda a gente, mas… Lá para as 4 da manhã o Zé Sem Sobra já vinha para casa aos S’s. Quando chegou, deparou-se com a mãe a dormir no sofá, o pai ainda não tinha chegado e a sua irmã mais nova estava na casa de banho a tirar o verniz das unhas. Ao ver aquilo, o Zé Sem Sombra, já com 2 garrafas de vinho do Porto, 7 cervejas e 10 copos de vinho tinto no estômago, decidiu fugir à procura da sua sombra. O Zé, como estava com 98% de álcool no sangue e os 2% que faltavam eram as 2 pedras de gelo que ele punha nas bebidas, só levou para a viagem 500 euros. Mas 500 euros num cruzeiro davam para o Zé ir (com muita sorte) no lugar da mercadoria. Como o Zé era um jovem de 27 anos, um rapaz muito caseiro e não gostava do Sol, só viajava e passeava à noite. De manhã, o Zé acordou com dois porcos ao seu lado. Logo de seguida, abriu-se uma porta gigante, o Zé saiu do barco e quando leu as tabuletas viu logo que estava em Inglaterra. Aproveitou para visitar a cidade pois nunca ali estivera. Mas o mais curioso é que essa visita à cidade foi feita à noite e, passado 2 horas, o Zé viu toda a gente a olhar para o céu com uns óculos escuros. O Zé ficou curioso e também comprou uns óculos desses escuros e pôs-se a olhar para o céu. Logo de imediato ele viu uma enorme mancha preta a deslocar-se e o Sol cada vez mais a brilhar. O Zé, com aquele sol todo, olhou à sua volta à procura de um lugar onde se pudesse abrigar do sol, mas em vez de ver esse lugar viu uma enorme parede de um prédio de 33 andares. Ao ver a parede, viu também a forma de uma pessoa, só que em preto. O Zé ficou espantado pois de cada vez que ele fazia um gesto aquela coisa negra também o fazia. Logo, o Zé Sem Sombra (que agora já a tinha) descobriu que já tinha uma sombra e percebeu que o ladrão de sombras era, afinal, o eclipse e as nuvens.
Anos depois já não lhe chamavam Zé Sem Sombra, mas pura e simplesmente Zé.

4 comentários:

Anónimo disse...

Gostei muito deste texto e por isso que o comento...
Parabens adorei este texto..

Anónimo disse...

Impressionante, ámuito tempo que não via um texto assim, está mesmo...





... nem á palavras...

yoco disse...

gosto mmuito

mongoti disse...

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~nao ocotei